![Guiné-Bissau conta levar até 751 peregrinos muçulmanos a Meca](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
O anúncio da quota que foi atribuída pelo Governo saudita à Guiné-Bissau aconteceu hoje em Bissau, numa sessão em que Califa Cassamá, diretor de gabinete do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, apresentou um conjunto de ações já realizadas e em perspetiva para agilizar a peregrinação.
De acordo com Cassamá, os peregrinos guineenses devem permanecer na Arábia Saudita de 26 de maio a 11 de junho no cumprimento de orações e outras ações religiosas obrigatórias que marcam assim o 'Hajj' (peregrinação islâmica anual a Meca).
Além de Bissau, 250 peregrinos guineenses vão viajar a partir da Gâmbia e outros tantos a partir de Bruxelas, juntando cidadãos do país residentes na Europa, precisou o comissário.
Califa Cassamá anunciou que cada peregrino, às suas custas, terá de desembolsar quatro milhões de francos CFA (cerca de seis mil euros), mas terá de "pagar mais se pretender viajar na classe executiva ou se quiser morar num hotel de 'standard' superior".
Na reunião de apresentação foram convidados bancos comerciais e agências de viagens, entre as quais a TAP, às quais Califa Cassamá apelou no sentido de trabalharem "para garantir uma peregrinação segura".
De acordo ainda com o comissário da peregrinação guineense, a Arábia Saudita conta superar este ano os cerca de 18 milhões de peregrinos de 2024.
O ano passado, a Guiné-Bissau levou à peregrinação cerca de 350 fiéis muçulmanos e este ano as autoridades políticas contam transportar 751 pessoas.
Em representação do Presidente guineense, o ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambu, enalteceu "o trabalho já feito" pela equipa coordenada por Califa Cassamá, mas deixou algumas exortações.
Pediu que o comissariado providencie fichas de avaliação da situação médica de cada peregrino, que lhes seja dada uma formação prévia sobre o que vão fazer na Arábia Saudita e ainda exortou os bancos comerciais a disponibilizarem cartões de levantamento de dinheiro "que funcionem".
Para evitar os transtornos das viagens de Bissau até à Arábia Saudita, Soares Sambu apelou à equipa de Califa Cassamá no sentido de privilegiar as companhias de aviação em vez de agências de viagens.
Em 2003, o então Presidente guineense, entretanto falecido, Kumba Ialá, levou a Meca 1.500 fiéis muçulmanos às expensas do Estado.
Quase metade dos guineenses declaram-se muçulmanos (46,1%), seguindo-se os animistas/tradicionais (30,6%) e os cristãos (18,9%).
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Lusa/Fim