"(Guterres) espera envolver-se num diálogo construtivo para manter a parceria EUA-OMS para a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo", disse hoje Farhan Haq, um dos porta-vozes de Guterres, numa conferência de imprensa.
Poucas horas depois de ter tomado posse, na segunda-feira, como Presidente dos Estados Unidos, e tal como fez durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump assinou uma ordem executiva para retirar os Estados Unidos da OMS, considerando que o seu país contribui com muito mais recursos do que a China para esta organização.
"Eles (China) estavam a pagar 39 milhões de dólares (cerca de 37 milhões de euros). Nós estávamos a pagar 500 milhões de dólares (cerca de 490 milhões de euros). Pareceu-me um pouco injusto", argumentou Trump.
Haq informou que Guterres lamenta este anúncio, já que os Estados Unidos são um "membro fundador da OMS desde 1948 e estão envolvidos na formação e governação da OMS desde então".
"Juntos, a OMS e os EUA erradicaram a varíola e, juntamente com outros estados-membros, levaram a poliomielite à beira da erradicação", recordou o porta-voz do secretário-geral.
Trump assinou a saída da OMS em 2020, perante críticas à forma como a organização lidou com a pandemia de covid-19, mas a medida nunca se chegou a concretizar devido à chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca, em janeiro de 2021.
Nas últimas horas, os responsáveis da OMS esclareceram que ainda será necessário "algum tempo" para que os EUA abandonem oficialmente a instituição, uma vez que os seus estatutos exigem que qualquer membro que deseje retirar-se "dê um aviso prévio de um ano e pague as suas obrigações financeiras correspondentes para o ano fiscal em curso".
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