O secretário-geral condenoou veementemente a "detenção de um grande número de pessoas, incluindo figuras da oposição, jornalistas e defensores dos direitos humanos" desde as eleições presidenciais de 28 de julho, às quais se seguiu uma grave crise política no país, por o Presidente Nicolás Maduro ter sido declarado vencedor sem que fosse publicado o apuramento de resultados eleitorais.

Nicolás Maduro prestou hoje juramento de posse em Caracas perante a Assembleia Nacional (parlamento), controlada pelo partido no poder, um dia depois da principal líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ter anunciado ter sido brevemente detida pelas forças de segurança do Estado, acusação negada pelo Governo.

Guterres voltou a instar as autoridades venezuelanas a "libertar aqueles que foram detidos arbitrariamente e garantir e respeitar os seus direitos humanos" dos detidos.

Qualquer solução para a crise na Venezuela, sublinhou o porta-voz, "exige o pleno respeito pelos direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e de reunião, bem como o direito de expressar opiniões sem interferência e de realizar manifestações pacíficas".

A ONU tem exigido repetidamente, tal como a maior parte da comunidade internacional e a oposição venezuelana, a apresentação dos registos de votação para que possam ser verificados de forma independente, mas as autoridades venezuelanas alegam ter sido vítimas de "pirataria informática".

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho de 2024, sendo a vitória atribuída pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, ao passo que a oposição afirma que o antigo diplomata, Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.

Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

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