No final de novembro, mais de 700 idosos estavam internados em hospitais à espera de uma vaga num lar. Os números da direção executiva do SNS são revelados esta manhã pelo jornal Público.

Estes casos são conhecidos como internamentos sociais. Na prática, os idosos já tiveram alta, mas como não têm para onde ir acabam por ficar nos hospitais - os chamados internamentos indevidos.

Com o inverno à porta, esta realidade torna-se um problema ainda maior, já que todas as vagas são necessárias perante o aumento da procura.

Para fazer face a esta situação, o Governo publicou um despacho no final da semana passada que prevê o reforço de meios para garantir o funcionamento das urgências e dos internamentos.

Instituto da Segurança Social deve ser informado de imediato

O documento determina que as Unidades Locais de Saúde (ULS) devem informar o Instituto da Segurança Social de imediato sobre estes casos. Para além disto, o Executivo admite ainda a contratação de camas no privado.

No mesmo despacho, é assinalada a necessidade de criar “vagas adicionais” para atendimentos de utentes com doença aguda nos centros de saúde que estejam disponíveis para agendamento através do SNS 24 e ainda de consultas em regime aberto aos feriados e fins de semana, entre as 08:00 e as 20:00 - podendo este horário ser alargado até à meia-noite.

“As camas são um bem cada vez mais escasso, com cada vez mais cirurgias feitas. (...) São precisos mais cuidados domiciliários e apoios para as pessoas poderem ter autonomia”, disse ao Público Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).

O Governo admite ainda o adiamento de determinadas cirurgias em caso de aumento da procura de camas.