"A recente declaração do gabinete de [o Presidente israelita Benjamin] Netanyahu confirma claramente que o ocupante continua a fugir aos acordos que assinou", disse o líder do Hamas.

"A única forma de alcançar a estabilidade na região e o regresso dos prisioneiros é concluir a implementação do acordo (...) começando pela implementação da segunda fase", disse Mahmoud Mardaoui.

"É nisso que insistimos e não vamos recuar", acrescentou o dirigente, num comunicado.

A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas terminou no sábado, sem um acordo sobre uma segunda fase, que deveria levar ao fim definitivo da guerra e à libertação de todos os reféns.

No sábado, o Governo israelita aprovou uma proposta dos Estados Unidos sobre uma trégua em Gaza durante o Ramadão e a Páscoa Judaica, anunciou o gabinete de Netanyahu.

"Israel adota o plano do enviado do Presidente americano Steve Witkoff para um cessar-fogo temporário nos períodos do Ramadão e da Pessah", a Páscoa judaica, refere um comunicado do gabinete de Netanyahu.

A festa muçulmana do Ramadão decorre até finais de março e a Páscoa judaica será celebrada em meados de abril.

O plano do enviado de Trump para o Médio Oriente prevê que "metade dos reféns (israelitas capturados pelo Hamas), mortos ou vivos" sejam libertados no primeiro dia da trégua proposta, com a libertação dos restantes a acontecer "no final, se for alcançado um acordo sobre um cessar-fogo permanente", adianta o comunicado do governo israelita.

Segundo o gabinete de Netanyahu, o enviado norte-americano apresentou o plano depois de chegar à conclusão que as posições do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e de Israel são irreconciliáveis no imediato e que um período intercalar suplementar é necessário para dar tempo à negociação de um cessar-fogo permanente.

O comunicado adianta ainda que Israel está pronto para iniciar "imediatamente" negociações "sobre todos os detalhes do plano Witkoff" se o Hamas "mudar de posição e aceitar o princípio em que assenta a proposta.

Horas depois, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a aprovação do envio de cerca de quatro mil milhões de dólares (3,85 mil milhões de euros) em ajuda militar a Israel.

O conflito na Faixa de Gaza começou depois de um ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023 e que causou 1200 mortos em Israel, na sua maioria civis, e fez cerca de 250 reféns, segundo Telavive.

A ofensiva militar lançada por Israel em retaliação já matou mais de 48 mil pessoas e destruiu grande parte do enclave palestiniano, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.

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