"A operação foi realizada utilizando um novo míssil balístico supersónico, que conseguiu atingir o seu alvo, e as defesas do inimigo não conseguiram intercetá-lo ou responder-lhe", explicou o porta-voz militar huthi, Yahya Sarea, em comunicado.
Sarea disse que o míssil "atacou hoje com sucesso um local militar em Telavive", depois de percorrer uma distância de 2.040 quilómetros em 11 minutos e 30 segundos, provocando "um estado de medo e pânico entre os israelitas", que "correram para abrigos, pela primeira vez, na história".
O porta-voz huthi enquadrou esta ação na quinta fase da campanha militar dos rebeldes contra Israel na guerra em Gaza e representa "o culminar dos esforços para desenvolver tecnologia de mísseis para satisfazer as exigências da batalha e os seus desafios com o inimigo sionista".
Reiterou o sucesso da operação em "superar todos os obstáculos e sistemas de interceção americanos e israelitas em terra e no mar" e o seu compromisso em continuar a apoiar o povo palestiniano com mais operações no futuro de caráter mais "qualitativa", quando se cumprirá em breve o primeiro aniversário do início da guerra na Faixa de Gaza.
O exército israelita afirmou que um míssil disparado a partir do Iémen atravessou hoje o centro de Israel antes de cair no território, sem causar feridos.
"Um míssil terra-terra foi identificado quando atravessava o centro de Israel, depois a zona leste, tendo caído numa zona afastada", indicou, em comunicado.
O exército acrescentou não ter "registado qualquer ferido".
Numa nota posterior, pouco antes das 07:00 (05:00 em Lisboa), as forças armadas israelitas referiram que o "míssil tinha sido disparado a partir do Iémen".
"As explosões ouvidas nos últimos minutos provêm do sistema de interceção [dos mísseis]. O resultado da interceção está a ser examinado", adiantou.
Os rebeldes huthis, que controlam várias zonas do Iémen, lançaram vários ataques contra Israel, afirmando atuar em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza, no âmbito da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Esta guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita a 07 de outubro do ano passado.
Em julho, os huthis realizaram um ataque com 'drone' contra Telavive, tendo matado um civil israelita.
Na resposta, o exército israelita bombardeou o porto iemenita de Hodeida, controlado pelos huthis, a 20 de julho.
O chefe dos rebeldes huthis considerou, no início do mês passado, "ser inevitável" ripostar ao ataque israelita.
Há vários meses que os rebeldes huthis têm também como alvo navios, que consideram ligados a Israel, Estados Unidos ou Reino Unido, no golfo de Adem e no mar Vermelho.
Estes ataques perturbam o trânsito nesta zona marítima essencial para o comércio mundial, o que levou os Estados Unidos a criar uma coligação marítima internacional e atingir alvos rebeldes no Iémen, por vezes com a ajuda do Reino Unido.
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