A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vai “dar mais tempo” às vítimas para requererem uma indemnização pelos abusos sexuais que sofreram no seio da Igreja, prolongando até ao final de março o prazo para a apresentação dos pedidos de compensação financeira.
No final da Assembleia Plenária, que decorreu desde segunda-feira em Fátima, a CEP anunciou algumas “clarificações” ao regulamento das compensações às vítimas, esclarecendo que estes processos, sem caráter judicial, “se justificam com o especial dever de solidariedade da Igreja para com as vítimas” e “não devem ser confundidos com perícias médico-legais”.
Para evitar a “revitimização” de quem faz o pedido de indemnização, a pessoa que sofreu os abusos não terá de voltar a contar o que sofreu se o seu relato já for do conhecimento do Grupo VITA, que faz o acompanhamento psicológico das vítimas de abusos no contexto da Igreja, das Comissões Diocesanas ou dos Institutos Religiosos.
Em comunicado, a Conferência Episcopal diz prever que todos os processos de indemnização fiquem concluídos até ao final do próximo ano.
Em abril, a Igreja aprovou a criação de um fundo para as compensações financeiras a atribuir às vítimas de abusos. O processo reúne os pedidos apresentados ao Grupo VITA e às comissões diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis.