
Esta manhã, na conferência Fabrica 2030, promovida pelo jornal Eco, em Lisboa, Pedro Nuno Santos disse esperar que "não seja necessário" haver uma comissão parlamentar de inquérito à Spinumviva.
"Tenho expectativa de que, até ao final da campanha eleitoral, consigamos esclarecer o que há ainda para esclarecer", disse.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com a CIP -- Confederação Empresarial de Portugal, em Lisboa, Rui Rocha defendeu que "só há duas possibilidades" para que Pedro Nuno Santos tenha feito "um recuo" sobre esta matéria.
"Ou o Pedro Nuno Santos tem acesso a um conjunto de informação que os portugueses em geral não têm -- nesse caso, deveria ser o primeiro a disponibilizá-la aos portugueses -- ou, se não é isso, se tem a mesma informação do que há um mês, é absolutamente surpreendente, para não dizer irresponsável", afirmou.
Para o líder da IL, é uma irresponsabilidade "que alguém que tenha querido trazer o país para uma situação de crise, agora prescinda daquilo que era a sua proposta fundamental de esclarecimento de tudo isto, que era a comissão parlamentar de inquérito".
"Seria, portanto, absolutamente surpreendente que, depois da irresponsabilidade da AD e de Luís Montenegro que conduziu o país para um beco, que é o de eleições que não são desejadas (...), termos um líder da oposição que insistiu num instrumento, fez finca-pé nele, e agora prescinde dele sem que haja novas informações relevantes", considerou.
Questionado se a IL defende que ainda deve haver uma comissão parlamentar de inquérito à Spinumviva, Rui Rocha disse que o partido "nunca fez finca-pé em nenhuma destas questões que envolvem a situação de Luís Montenegro".
"O que a IL fez finca-pé é em ter um país que tem capacidade para gerar o sucesso que todos desejamos. Nunca fizemos dos temas pessoais a nossa campanha, continuaremos a apresentar as nossas propostas e assistiremos com estupefação aos ziguezagues e à irresponsabilidade de uns e outros na condução destas matérias", disse.
Interrogado, contudo, se admite aprovar uma comissão de inquérito à Spinumviva, tal como tinha admitido antes da marcação de eleições legislativas, Rui Rocha disse que, nessa altura, considerou que essa comissão seria necessária para evitar que o país fosse a eleições.
"Neste momento, se o principal interessado já se considera suficientemente esclarecido, é uma avaliação que o próprio tem que fazer e, sobretudo, tem de explicar ao país como é que colaborou nessa irresponsabilidade de trazer o país para uma crise política e agora, passado um mês, sem que se saiba se existe algum facto relevante novo, prescinda dela", referiu.
Sobre se a IL já está esclarecida relativamente à Spinumviva, Rui Rocha disse que o partido "nunca fez disso campanha" e reiterou que considera que foi "uma irresponsabilidade" de Luís Montenegro não ter "atalhado desde o início" a questão da Spinumviva.
Questionado se considera que Pedro Nuno Santos conseguiu atalhar cedo o caso que envolve a aquisição de duas casas, Rui Rocha referiu não querer fazer comparações nem gastar tempo de campanha a falar de casos envolvendo os líderes do PS e do PSD.
Nestas declarações aos jornalistas, Rui Rocha foi ainda questionado se concorda com os três dias de luto de nacional decretados devido ao falecimento do Papa Francisco, e com o facto de se realizarem no dia em que se assinalará o 25 de Abril.
O líder da IL disse não querer fazer polémica sobre esse assunto, considerando que os dias de luto lhe parecem adequados, mas ressalvou que "as comemorações do 25 de Abril são uma data marcante do país e devem ser feitas como estava previsto".
TA // PC
Lusa/Fim