Os cerca de 200 trabalhadores da fábrica da Tupperware em Constância receberam esta quinta-feira a carta de despedimento.

Esta manhã estiveram reunidos com o gestor de insolvência, que lhes assegurou que será feito o pagamento das respetivas indemnizações.

"Até recebermos, o gestor diz que poderá demorar entre oito meses a um ano", revelou à Lusa uma das trabalhadoras, Alzira Cupertino.
"É triste, não é fácil, mas também já não tenho nada a perder. Já fiz 44 anos de trabalho. Há colegas meus que estão em muito pior situação", acrescentou.

Tupperware fecha portas em Portugal

A empresa detentora da fábrica da Tupperware foi declarada insolvente na segunda-feira, desfecho que colocou 200 pessoas no desemprego.

"Agora estão à espera para vender a fábrica. Sabemos que os primeiros credores somos nós, os trabalhadores. Em seguida são os outros, mas agora é esperar que vendam", conta outra trabalhadora, Carla, de 42 anos.

A representante do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Isabel Matias, manteve-se ao longo da manhã junto da fábrica.

Lamentou a "incerteza no futuro" e os "problemas sociais" inerentes do despedimento, realçando que os trabalhadores saíram "satisfeitos" da reunião pela garantia do pagamento dos seus direitos.

A esperança mantém-se, no entanto, que "haja uma compra de empresa" e que possa reabrir, "chamando trabalhadores".

A fábrica da multinacional Tupperware em Portugal, a funcionar desde 1980, dependia a 100% da casa-mãe norte-americana, vendida depois de em setembro ter entrado em falência, e os planos para o futuro não parecem passar pela Europa, uma vez que a empresa revogou a sua licença de venda de produtos em todos os países europeus.

Com Lusa