O incêndio que lavra desde as 10:53 em Baião, no distrito do Porto, já consumiu várias habitações e é considerado um dos maiores de sempre no concelho, segundo o presidente da câmara, Paulo Pereira.

"É uma tragédia, nunca se viu uma coisa destas", desabafou, em declarações à Lusa, admitindo que a situação está neste momento "incontrolável".

O autarca afirmou não conseguir precisar quantas casas foram atingidas pelas chamas, porque esse levantamento ainda decorre. Algumas das habitações estariam devolutas, outras talvez não, acrescentou.

Às 17:56, segundo as autoridades nacionais de proteção civil, o incêndio de Baião estava a ser combatido por 96 bombeiros, apoiados por 28 viaturas e um meio aéreo, dispositivo que o autarca considerou insuficiente face à dimensão do fogo.

A partir da localidade de Gôve, onde deflagrou o incêndio, as chamas evoluíram rapidamente às freguesias de Ancede, Santa Cruz do Douro, Grilo, Santa Leocádia e Mesquinhata.

Na zona, disse, o vento forte e as altas temperaturas têm dificultado o combate.

Comparando com outro incêndio de grande dimensão ocorrido em 2022, Paulo Pereira admite que o atual tem uma intensidade três vezes superior na sua propagação.

Para agravar a situação, indicou, outro fogo rural foi detetado na tarde desta segunda-feira (15:53) na zona de Gestaçô, nas proximidades das serras do Marão, Aboboreira e Castelo.

O presidente da câmara receia que, face à insuficiência de meios de combate no terreno, as chamas possam evoluir para zonas florestais de grande valor naquelas serras.