
Os inquéritos por crimes relacionados com moeda falsa em Portugal aumentaram no ano passado quase 30%, mas o número de notas apreendidas caiu cerca de um terço, revela o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).
Segundo o documento apresentado e aprovado esta segunda-feira na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, e a que a Lusa teve acesso, foram registados, em 2024, 5.306 inquéritos relacionados com contrafação, falsificação e passagem de moeda falsa, números que se traduzem num aumento de 27,8% face ao ano de 2023.
Ainda assim, este valor referente ao ano passado é muito inferior ao de 2017, ano em que foram registados mais de 11.000 inquéritos, o número mais alto dos últimos 10 anos.
Este aumento de quase 30% está relacionado, conforme é explicado no documento, pelo também aumento do crime de passagem de moeda falsa, sobretudo durante os depósitos bancários.
Por outro lado, verificou-se uma diminuição de 31,2% nas apreensões de notas de Euro, uma vez que os crimes de contrafação e aquisição de moeda falsa também diminuíram. Por exemplo, os inquéritos relacionados com a encomenda de notas através da 'internet' caíram 20% em relação a 2023, "o que teve consequências no número total de notas apreendidas, já que as encomendas apreendidas contêm habitualmente um elevado número de notas", lê-se no RASI.
As notas mais apreendidas pelas autoridades no ano passado foram as de 10 euros, 20e euros e 50 euros, mas foi verificado um aumento nas apreensões de notas de 100 euros - mais 293% do que no ano anterior, com 2.715 notas apreendidas no valor de 271.500 euros - e de notas de 50 euros - mais 23,8% do que no ano anterior, com 3.840 notas apreendidas no valor de 192.000Euro.
As falsificações identificadas pelas autoridades têm vindo a registar algumas mudanças, uma vez que, ao contrário de uma fase anterior em que as notas falsas tinham origem, maioritariamente, em Itália, as mais recentes terão proveniência da China e apresentam "inscrições que indicam a sua falsidade".
Ainda assim, "permanecem ainda relevantes as apreensões de contrafação associadas a origem italiana e tem-se verificado uma rápida e significativa entrada em circulação de novos exemplares deste tipo de contrafação, principalmente nas denominações de 20 euros e 50 euros".