A proteção civil grega decidiu hoje que as escolas de Santorini, mas também das ilhas vizinhas de Ios, Amorgos e Anafi, vão manter-se encerradas até 14 de fevereiro devido à intensa atividade sísmica.
Esta decisão foi tomada em coordenação com as autoridades locais e os investigadores que estudam o "fenómeno inédito" de intensa atividade sísmica que se regista há vários dias e que, até agora, não causou vítimas ou danos.
O que se passa em Santorini?
De acordo com o comité científico hoje reunido, foram registados mais de 800 sismos de magnitude superior a 3 graus na escala de Richter desde 01 de fevereiro entre Santorini e a ilha vizinha de Amorgos.
O presidente deste comité científico, Efthymios Lekkas, disse hoje estar "mais otimista" do que nos dias anteriores, numa declaração no canal público de televisão da Grécia ERT.
Em comunicado, os investigadores procuram tranquilizar a população, indicando que "a atual atividade sísmica não estava ligada à atividade vulcânica" e que "a atividade sísmica na caldeira se mantém no mesmo nível baixo dos dias anteriores".
O laboratório de sismologia da Universidade de Atenas estimou este sábado que "os dados dos últimos dias mostram que, embora continue a ocorrer um grande número de sismos de magnitude 4, a taxa de sismos parece estar a diminuir".
Os dados registados neste âmbito indicam que na quarta-feira (05 de fevereiro) foram registados mais de 1.200 sismos, enquanto no dia seguinte foram contabilizados cerca de 90.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, viajou até Santorini, onde afastou um possível cenário de catástrofe para esta ilha turística.
A mundialmente conhecida ilha vulcânica de Santorini foi colocada em estado de emergência na quinta-feira pela proteção civil até 03 de março, de forma a "fazer face às necessidades extraordinárias e gerir as consequências da atividade sísmica".
Desde domingo (02 de fevereiro), mais de 11 mil residentes e trabalhadores sazonais deixaram Santorini por via marítima e aérea.
Em 2023, a ilha, que alberga antigos sítios arqueológicos, recebeu 3,4 milhões de turistas.
Situada numa zona de elevada tensão sísmica, entre as placas tectónicas euro-asiática e africana, Santorini e os seus ilhéus próximos são regularmente atingidos por sismos, na maioria das vezes de baixa magnitude.
O último sismo mortífero ocorreu em 1956 e fez 48 mortos e 200 feridos.