O Exército israelita anunciou a expansão da incursão terrestre no sul do Líbano e a destruição de lançadores de foguetes do Hezbollah. De acordo com Israel, as tropas da 91.ª Divisão realizaram incursões em "várias novas áreas" do sul.

"Ontem [terça-feira] o Hezbollah lançou numerosos projéteis contra o centro e o norte de Israel. Após o ataque, as forças armadas atacaram dezenas de lançadores no Líbano, incluindo o que foi usado para disparar contra cidades no centro de Israel e Nahariya ontem", detalhou outro comunicado.

O ataque contra Nahariya (norte) causou a morte de duas pessoas. Na terça-feira, a força aérea israelita atingiu mais de 120 alvos do movimento de resistência islâmica Hamas na Faixa de Gaza e do movimento xiita Hezbollah no Líbano, incluindo supostos depósitos de armas, milicianos e infraestruturas.

O Exército israelita está também a construir postos militares e novas estradas na Faixa de Gaza, bem como a destruir os edifícios palestinianos em quatro zonas do enclave, denunciou o jornal liberal israelita “Haaretz”. Israel procura manter sob controlo o corredor de Netzarim, uma estrada já alargada e repavimentada que corta o enclave em duas metades a sul da cidade de Gaza, e o corredor de Filadélfia, que separa Gaza do Egito, afirma o jornal.

Em ambos os lados do corredor de Filadélfia, o Exército desocupou todas as estruturas num perímetro de um a três quilómetros de largura. Em Netzarim, uma estrada utilizada há 38 anos pelos colonos israelitas do colonato com o mesmo nome, as tropas "estão a trabalhar para a alargar ainda mais", disseram fontes não identificadas citadas pelo Haaretz. Segundo o diário, já existem colonatos com estradas largas de acesso que "poderiam acomodar um número considerável de tropas durante um período prolongado".

De acordo com as imagens de satélite, o Exército israelita também arrasou todas as estruturas para criar uma "zona tampão" de 1,5 quilómetros de largura entre as comunidades israelitas e as primeiras casas atrás do muro de Gaza.

Uma investigação da televisão do Qatar “Al Jazeera”, no final de maio, revelou que, em conjunto, o corredor de Netzarim e a "zona tampão" equivaliam então à tomada de 32% da Faixa de Gaza por Israel. O próximo passo sugerido pelas imagens de satélite é a criação de um terceiro corredor a leste de Khan Yunis.

Outras notícias em destaque:

⇒ As forças norte-americanas realizaram ataques contra as milícias apoiadas pelo Irão na Síria, em resposta ao lançamento de um foguete contra as tropas dos Estados Unidos destacadas no país, disse o Pentágono. Os ataques visaram, na terça-feira, locais de armazenamento de armas e um centro logístico, indicou o Comando para o Médio Oriente (Centcom) norte-americano nas redes sociais. Trata-se da segunda salva de ataques contra grupos apoiados pelo Irão na Síria anunciada em dois dias.

⇒ O fórum das famílias dos reféns israelitas em Gaza reagiu à divulgação de um vídeo de um dos detidos com críticas ao Governo por falta de acordo para a sua libertação. "É inconcebível e incompreensível que tenha passado quase um ano desde o último acordo de libertação dos reféns", disse o fórum em declarações citadas pelo jornal “The Jerusalem Post”.

⇒ O grupo palestiniano islamita Hamas apelou para o cerco das embaixadas de Israel e dos países que apoiam a política israelita para protestar contra a intensificação das operações militares no norte de Gaza. "Apelamos (...) à intensificação de todas as formas de manifestações de massas e marchas, na próxima sexta-feira, sábado e domingo, em todas as cidades, capitais e praças árabes, islâmicas e internacionais, cercando as embaixadas da entidade sionista e dos países que a apoiam", afirmou o grupo num comunicado. O grupo extremista apelou também para a denúncia do apoio a Israel por parte dos Estados Unidos, o seu aliado mais importante, mas também de outros países como a Alemanha e o Reino Unido, segundo a agência espanhola EFE.