As Forças Armadas de Israel apelaram esta sexta-feira à noite aos habitantes de várias zonas dos subúrbios a sul de Beirute, bastião do Hezbollah, para se retirarem imediatamente, poucas horas depois de terem atingido o 'quartel-general' do movimento xiita libanês.
O coronel Avichai Adraee, porta-voz do exército israelita para o público de língua árabe, publicou na rede social X mapas localizando vários edifícios e apelando à evacuação num raio de 500 metros em torno destes potenciais alvos.
As forças israelitas acrescentaram que pretendem atacar "dentro de pouco tempo" três depósitos de armas do Hezbollah escondidos sob edifícios no sul de Beirute.
"A força das explosões causadas pelos mísseis sob estes edifícios pode causar danos ou mesmo causar o seu colapso", alertou o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz das Forças Armadas de Israel (IDF), num discurso televisionado.
As forças israelitas realizaram um ataque ao 'quartel-general' da organização terrorista Hezbollah, situado nos subúrbios sul na capital libanesa e já hoje à noite as IDF informaram que lançaram uma nova onda de bombardeamentos contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano e também nas profundezas do país.
As forças israelitas detalharam, através do seu 'site', que esta ofensiva foi executada por "aviões de combate da Força Aérea sob a direção do Comando do Norte" e que visaram não apenas lançadores de mísseis que visaram Israel, mas também edifícios que armazenavam armas".
"As IDF continuam a atacar, danificar e degradar as infraestruturas e as capacidades do Hezbollah", sublinhou o Exército israelita.
Os meios de comunicação israelitas referiram que algumas cidades no norte do Líbano, a mais de 130 quilómetros de Israel, podem ter sido visadas neste ataque.
Também hoje à noite o Hezbollah reivindicou ataques com 'rockets' contra a cidade de Safed, no norte de Israel, em reação aos violentos ataques israelitas executados ao final da tarde no bastião do grupo xiita, nos subúrbios de Beirute.
Já as Forças Armadas de Israel (IDF) referiram, na rede social Telegram, que identificaram entre as 22:00 e as 22:25 (20:00 e 20:25 em Lisboa) 65 projéteis a atravessar o Líbano para território israelita.
"Alguns dos projéteis foram intercetados e foram recebidos relatórios sobre projéteis que caíram na cidade de Safed", destacaram as IDF, reportando projeteis nas regiões da Galileia Central, Baixa Galileia e Galileia Ocidental.
Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, foi alvo do ataque israelita contra Beirute, segundo várias estações de televisão israelitas, mas saiu ileso, segundo uma fonte próxima do grupo islâmico libanês.
Segundo a mesma fonte, seis edifícios foram completamente destruídos na zona, provocados por enormes explosões que provocaram espessas colunas de fumo e cavaram grandes crateras, semeando o pânico entre os moradores.
No início do dia, ataques aéreos israelitas já tinham sido registados em vários pontos do Líbano, com o Ministério da Saúde libanês a contabilizar pelo menos 25 mortos, elevando o número no país esta semana para mais de 720 vítimas mortais.
Estas operações militares de Israel seguem-se a quase um ano de guerra na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, aliado do Hezbollah.
As autoridades de Telavive argumentam que o grupo xiita ataca o seu país numa base diária a partir de posições do Líbano e as trocas de tiros já levaram à retirada de dezenas de milhares de pessoas da região da fronteira israelo-libanesa.
Esta semana, o comando das Forças Armadas israelitas indicou que está a preparar a possibilidade de uma invasão terrestre no Líbano, com vista a eliminar as capacidades ofensivas do Hezbollah e interromper o seu abastecimento de armas do Irão.