Israel afirmou que entre os alvos bombardeados nas últimas horas em Beirute está a base central da unidade naval do grupo xiita Hezbollah, assim como "infraestruturas subterrâneas", além dos 230 objetivos atacados desde segunda-feira.

De acordo com um comunicado dos militares israelitas, entre as instalações atacadas está "a base central da unidade naval do Hezbollah em Beirute", que "era utilizada como principal centro de atividades" para "armazenamento de lanchas" e "realização de treinos".

"As lanchas da unidade foram concebidas para atacar navios e outros objetivos estratégicos no espaço marítimo de Israel", observou o exército israelita, antes de referir que entre outros pontos atacados estavam "armazéns de munições" e "outros alvos terroristas do Hezbollah em Beirute".

Os militares israelitas sublinharam que "antes dos ataques, foram tomadas muitas medidas para reduzir a possibilidade de ferir civis, incluindo avisos prévios à população da área", após denúncias sobre o elevado número de vítimas civis e enormes danos para infraestruturas devido aos ataques de Israel.

Além disso, 18 pessoas morreram, incluindo uma criança, e 57 ficaram feridas num ataque israelita esta noite perto do maior hospital público do Líbano, indica um relatório do Ministério da Saúde.

"O ataque do inimigo israelita no setor Jnah, perto do hospital Hariri, matou 13 pessoas, incluindo uma criança, e o número de feridos subiu para 57, dos quais 17 foram hospitalizados e sete estão em estado crítico", refere o relatório. No local do ataque continuam buscas para encontrar eventuais vítimas entre os escombros, relatou um fotógrafo da AFP.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou estar "horrorizado" com o ataque aéreo perto do hospital e apelou a uma "investigação rápida e exaustiva". "Estou horrorizado com o ataque aéreo israelita perto do hospital Rafic Hariri, no bairro densamente povoado de Jnah, em Beirute", afirmou o representante, num comunicado.

Hezbollah reivindica ataque contra casa de Netanyahu

O movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah reivindicou o ataque com 'drones' perpetrado no sábado passado contra a residência privada do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Cesareia, no centro de Israel.

"Anunciamos a nossa total e única responsabilidade pela operação Cesareia (...) que teve como alvo o criminoso de guerra Netanyahu", disse Mohammad Afif, chefe do departamento de relações com os 'media' do movimento xiita libanês, durante uma conferência de imprensa. "Se não conseguimos chegar até si desta vez, temos muitos dias pela frente", prometeu Afif, dirigindo-se ao governante israelita.

O primeiro-ministro de Israel acusou os aliados do Irão de tentarem assassiná-lo e ameaçou fazê-los pagar um "preço elevado" depois de um 'drone' (aparelho aéreo não tripulado) ter visado a sua residência privada.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ O primeiro-ministro israelita e o secretário de Estado norte-americano concordaram que a eliminação do líder do Hamas poderá abrir caminho à libertação dos reféns na Faixa de Gaza, tendo também abordado a governação no território palestiniano no pós-guerra. No encontro dos dois dirigentes em Jerusalém, o chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu que a eliminação de Yahya Sinouar, na passada quarta-feira na Faixa de Gaza, "poderia ter um efeito positivo no regresso dos reféns" ainda em posse do grupo islamita palestiniano, segundo um comunicado do gabinete do líder israelita.

⇒ O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) avisou que se tornou impossível encontrar comida, água ou cuidados médicos no norte da Faixa de Gaza e exigiu uma trégua imediata da ofensiva israelita. "No norte de Gaza, as pessoas estão apenas à espera da morte", sublinhou Philippe Lazzarini, num comunicado publicado na rede social X.

⇒ As autoridades de Gaza, controlada pelo Hamas, denunciaram que Israel impediu a entrada de "mais de um quarto de milhão de camiões de ajuda" alimentar desde o início da "guerra genocida".

⇒ O Departamento de Estado norte-americano pediu segunda-feira a Israel que explique o ataque de um tanque israelita que destruiu no domingo uma torre e uma vedação numa das posições da Força Interina das Nações Unidas no Líbano. "Pedimos informações adicionais aos nossos colegas das Forças de Defesa de Israel. Deixarei ao Ministério da Defesa israelita a tarefa de responder a perguntas sobre essas operações", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, numa conferência de imprensa.

⇒ A polícia israelita declarou ter detido sete palestinianos por espionagem a favor do Irão e por tentativa de assassínio, segundo um comunicado. "O Shin Bet [Serviço de Segurança Interna de Israel] e a Unidade Central de Investigação da Polícia Distrital de Jerusalém prenderam sete residentes do bairro de Beit Safafa", em Jerusalém Oriental, uma zona da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel, informou a polícia em comunicado. "Estes indivíduos, liderados por iranianos, planeavam assassinar um cientista israelita de topo e o presidente da câmara de uma grande cidade israelita", acrescenta o comunicado.