Israel vai enviar uma delegação para participar numa reunião a 15 de agosto para tentar chegar a um acordo de libertação de reféns e cessar-fogo em Gaza, informou esta sexta-feira o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
É a resposta de Israel à exigência dos mediadores. Estados Unidos, Egito e Qatar exigiram esta quinta-feira que Israel e o Hamas fechem definitivamente um acordo de cessar-fogo em Gaza, nesta reunião marcada para 15 de agosto, com o objetivo de o implementar sem mais demoras.
A nota, assinada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, pelo homólogo egípcio, Abdel Fattah al Sissi, e o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, sublinharam que "é tempo de proporcionar alívio imediato tanto ao povo sofredor de Gaza como aos reféns sofredores e às suas famílias".
"Chegou o momento de concluir o acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns e detidos", pode ler-se.
Os três países sublinharam que "já não há tempo a perder nem desculpas por parte de qualquer das partes para continuar a atrasar o processo".
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, lembrou esta semana que o novo líder do Hamas, Yahya Sinwar, “foi e continua a ser o primeiro decisor no que diz respeito à conclusão de um cessar-fogo”.
Chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar foi designado como novo líder político do movimento islamita palestiniano, uma semana após o assassínio em Teerão do seu antecessor, Ismail Haniyeh.
O Egito, o Qatar e os Estados Unidos lideram há meses esforços para negociar uma trégua na guerra entre Israel e o Hamas, associada a uma troca de reféns detidos na Faixa de Gaza e de palestinianos detidos em prisões israelitas.
As discussões recentes centraram-se num quadro apresentado no final de maio pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, que disse ser uma proposta israelita.
A proposta apresentada em maio definia uma primeira fase que consistiria em seis semanas de cessar-fogo completo, as tropas israelitas seriam retiradas de todas as áreas povoadas da Faixa de Gaza e a libertação de vários reféns, incluindo mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos.
Durante estas seis semanas, Israel e o Hamas deveriam negociar os detalhes da segunda fase, que envolveria "o fim permanente das hostilidades", a libertação do resto dos reféns, incluindo soldados, e a retirada do Exército israelita do enclave.
A terceira e última fase incluiria um "grande plano de reconstrução" para o enclave palestiniano e a devolução dos corpos dos reféns assassinados.
O atual conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita a 7 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel desencadeou uma ofensiva em Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e perto de 90 mil feridos, bem como um desastre humanitário, de acordo com as autoridades locais, controladas pelo Hamas.
Com LUSA