O Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou esta segunda-feira que a sua administração "lançou as bases" para que a próxima administração, presidida por Donald Trump, "proteja o futuro brilhante" da Ucrânia.
"A Ucrânia continua a ser um país livre e independente, com potencial para um futuro brilhante. Lançámos as bases para que a próxima administração possa proteger o futuro brilhante do povo ucraniano", afirmou Biden no seu último discurso sobre política externa, uma semana antes da tomada de posse de Donald Trump.
Trump, que toma posse numa cerimónia marcada para 20 de janeiro, afirma querer pôr fim rapidamente à guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022, embora ainda não tenha divulgado quaisquer detalhes sobre os seus planos.
No mesmo discurso, em Washington, Biden sublinhou ainda que os Estados Unidos (EUA) e os seus aliados ocidentais "não podem abandonar" a Ucrânia na sua guerra contra a Rússia.
"Ajudámos os ucranianos a travar [o Presidente russo, Vladimir] Putin. E três anos depois, Putin falhou em todos os seus objetivos estratégicos. Falhou devido à unidade da NATO. Não podemos desistir", reiterou o Presidente democrata.
Relativamente a outra potência rival, a China, Biden defendeu que o gigante asiático "nunca" ultrapassará os EUA no campo económico, numa altura em que o regresso de Trump à Casa Branca suscita preocupações quanto ao ressurgimento das tensões comerciais entre as duas potências.
"De acordo com as últimas previsões, dada a atual trajetória da China, [os chineses] nunca nos ultrapassarão", afirmou Biden.
EUA admitem acordo de tréguas entre Israel e o Hamas ainda esta semana
Numa altura em que os mediadores internacionais dão conta de que um acordo de tréguas na Faixa de Gaza está em vias de ser concluído, Biden confirmou que a sua proposta, apresentada no final do ano passado, "está prestes a chegar a bom termo".
"Estamos a pressionar fortemente para fechar o acordo", acrescentou o Presidente norte-americano, falando no Departamento de Estado, em Washington D.C., e acompanhado pelo chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
"Muitas pessoas inocentes foram assassinadas, muitas comunidades foram destruídas. O povo palestiniano merece a paz e o direito de determinar seu próprio futuro. Israel merece a paz e uma segurança real, e os reféns merecem reunir-se com as suas famílias", sublinhou.
O emir do Qatar, Tamim ben Hamad al-Thani, reuniu-se esta segunda-feira com os enviados para o Médio Oriente da atual e da futura administração norte-americana para discutir as negociações sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Segundo um comunicado do gabinete qatari, al-Thani reuniu-se com Steve Witkoff, enviado para o Médio Oriente do Presidente eleito, Donald Trump, e Brett McGurk, atual enviado de Joe Biden.
Em matéria de clima, o Presidente cessante deixou críticas no seu discurso à administração do seu sucessor por estar "completamente errada" ao negar a realidade das alterações climáticas.
"Eles nem sequer acreditam que as alterações climáticas são uma realidade. Acho que estão a sair de outro século. Estão enganados. Estão completamente errados. Esta é a maior ameaça para a humanidade", acrescentou o líder democrata.