Quatro mulheres israelitas, mantidas como reféns na faixa de Gaza, foram libertadas pelo Hamas. Em troca, Israel vai libertar mais um grupo de prisioneiros palestinianos, no âmbito do acordo de cessar-fogo entre o grupo e Israel.
Na Praça Saraya, em Gaza, quatro carrinhas da Cruz Vermelha levaram as quatro mulheres de regresso a Israel.
Um hospital em Israel tem preparado um dispositivo de receção destas quatro mulheres, com 19 e 20 anos e outros reféns.
Estão a ser montados quartos e preparados tratamentos adequados para as pessoas que estiveram em cativeiro ao longo dos últimos 15 meses.
Hamas divulga lista de 200 prisioneiros palestinianos para Israel libertar
O Hamas divulgou a lista de 200 prisioneiros palestinianos que serão libertados por Israel em troca destas quatro soldados israelitas
Os 200 palestinianos incluem reclusos de longa data e outros com penas longas, como explica o correspondente da SIC Henrique Cymerman.
Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albagwill
Os nomes das quatro reféns libertadas este sábado foram divulgados na sexta-feira pelo Hamas - Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albagwill - tem idades entre os 19 e 20 anos e fazem parte do exército israelita.
A primeira fase da trégua, que deverá durar seis semanas e começou no domingo passado, deverá permitir a libertação de 33 reféns detidos em Gaza em troca de um número muito maior de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
Cessar-fogo arrancou dia 19
A primeira fase do acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns em Gaza entrou em vigor no domingo, 19 de janeiro. No primeiro dia resultou na libertação de três reféns israelitas e de 90 prisioneiros palestinianos.
Segundo o acordo, imediatamente após a libertação dos quatro novos reféns, "as pessoas deslocadas no sul da Faixa de Gaza começarão a regressar ao norte", explicou o dirigente do grupo extremista palestiniano.
Um comité formado pelo Egito e pelo Qatar supervisionará a aplicação do acordo no terreno.
O dirigente do Hamas Nahed al-Fajuri anunciou na quinta-feira que forneceria nesse dia uma lista do segundo grupo de prisioneiros palestinianos a serem libertados, o que só aconteceu hoje, sábado.
"O acordo sobre o próximo grupo na primeira fase do acordo estipula que todas as mulheres soldados de ocupação serão libertadas em troca de 30 prisioneiros palestinianos que cumprem penas de prisão perpétua e 20 prisioneiros condenados a penas longas", especificou Fajuri.
Uma fonte palestiniana próxima do Hamas descreveu também um processo idêntico ao do passado domingo, bem como o dos reféns libertados durante a anterior trégua, no final de novembro de 2023.
"As Brigadas Al-Qassam [braço armado do Hamas] e outras fações da resistência vão libertar os quatro reféns no sábado, antes da hora prevista", e entregá-los ao Comité Internacional da Cruz Vermelha, acrescentou a fonte.
O ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 causou a morte de 1.210 pessoas do lado israelita, na maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 91 continuam reféns em Gaza, 34 das quais mortas, segundo o exército israelita. Outras foram dadas como mortas pelo Hamas, mas sem confirmação ou prova de vida.