
A Ucrânia considerou que o ataque maciço que lançou a noite passada contra Moscovo deveria encorajar o Presidente russo a aceitar uma trégua aérea, proposta por Kiev como condição prévia para possíveis conversações para pôr fim à guerra.
"Este é mais um sinal para incentivar Vladimir Putin a interessar-se por uma trégua aérea", disse o porta-voz do Centro Governamental Ucraniano contra a Desinformação, Andriï Kovalenko.
A Rússia foi alvo de 337 'drones' ucranianos esta madrugada com a região de Moscovo, onde morreu uma pessoa, a ser o centro do maior ataque desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022.
O ataque ocorreu poucas horas antes das conversações na Arábia Saudita entre representantes ucranianos e norte-americanos, que procuram uma solução para o conflito na Ucrânia.
"Os sistemas de defesa aérea intercetaram e destruíram 337 'drones' aéreos ucranianos, incluindo 91 sobre a região de Moscovo e 126 sobre a região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia", disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.
O ataque também teve como alvo as regiões de Bryansk e Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, bem como Ryazan, Kaluga, Voronezh e Nizhny Novgorod.
O presidente da Câmara da capital russa, Sergei Sobyanin, disse na plataforma de mensagens Telegram que o maior ataque de 'drones' inimigos contra Moscovo tinha sido repelido, acrescentando que foram atingidas a aldeia de Sapronovo e a cidade de Ramenskoye, nos arredores de Moscovo.
"Os especialistas dos serviços de socorro estão a trabalhar nos locais onde caíram os destroços", afirmou.
Organização internacional visita Moscovo
O ataque ocorre também poucas horas antes da visita a Moscovo do secretário-geral da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Feridun Hadi Sinirlioglu, que deverá manter conversações hoje com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.
A Ucrânia e a Rússia enviam diariamente dezenas de 'drones', mas a capital russa raramente é atingida.
No final de dezembro, um ataque maciço de 'drones' ucranianos danificou edifícios e obrigou à retirada de populares na cidade de Kazan, no centro da Rússia, de acordo com a AFP.
Hoje, a Ucrânia vai apresentar aos Estados Unidos um plano de cessar-fogo parcial com a Rússia, numa reunião na Arábia Saudita.