"Se for para o viabilizar [ao Orçamento do Estado para 2025], o PS não vai prescindir de ter uma palavra significativas nas políticas que o Orçamento consagra."

Esta manhã, em Belmonte, no distrito de Castelo Branco, no primeiro dia das primeiras jornadas parlamentares do PS nesta legislatura, a líder dos deputados socialistas, Alexandra Leitão, deu corpo à ideia, expandida por Pedro Nuno Santos numa entrevista à RTP na quarta-feira passada, segundo a qual o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2025) é afinal uma matéria "superável" para o PS.

A deputada admitiu que o PS pode deixar passar a proposta ("se for para o viabilizar"...), reiterou que o Governo tem de a "negociar" com o PS (mas sem dizer se antes da lei entrar no Parlamento ou depois) e elencou de seguida as duas propostas governamentais que tornarão complicada aos socialistas essa mesma viabilização: “Com [as propostas do Governo sobre] IRC e o IRS Jovem isso torna-se mais difícil.”

Quanto ao IRS Jovem, o PS diz que só beneficia os jovens com rendimentos mais altos e sobre o IRC diz basicamente o mesmo, considerando que a redução de 1500 milhões de euros na receita fiscal só beneficiará "as empresas que não precisam" visto que 40% nem sequer pagam este imposto (porque não têm receita mínima para isso). "Perde-se imensa receita sem que isso tenha efeito na economia."

Nas mesmas declarações, Alexandra Leitão recusou comentar o facto de a procuradora-geral da República ter decidido dar hoje uma entrevista à RTP1, fazendo-o antes de ir ao Parlamento. "Faremos comentários no momento próprio", acrescentou, remetendo esse "momento próprio" precisamente para quando Lucília Gago estiver na Assembleia (a audição não tem ainda data marcada). Lucília Gago tinha pedido que a sua audição no Parlamento fosse adiada umas “escassas semanas” para dar tempo para terminar o relatório de actividades. O anúncio da entrevista foi dias depois.

Estando em Belmonte e sendo estas jornadas no distrito de Castelo Branco (os socialistas visitarão os onze concelhos do distrito), a líder parlamentar socialista reconheceu que o partido está a visitar "a obra feita" pelos governos do PS na "valorização do interior com medidas concretas". "Queremos sinalizar a importância da coesão territorial para o PS."

Falou também da proposta do PS, já aprovada no Parlamento, de se eliminarem todas as portagens SCUT, deixando um voto: "Esperamos que entre em vigor no próximo ano."