A deputada eleita pelo Chega em Loures acusada pelo Ministério Público (MP) pelo crime de participação económica em negócio renunciou ao mandato, confirmou hoje à agência Lusa fonte da Assembleia Municipal.

O pedido de renúncia ao mandato de Manuela Dias foi apresentado à presidente da Assembleia Municipal de Loures, Susana Amador, no final da tarde de segunda-feira, segundo indicou a mesma fonte.

O jornal Observador noticiou na segunda-feira que Manuela Dias, eleita deputada municipal pelo Chega para o mandato de 2021-2025, foi acusada pelo MP de um crime de participação económica em negócio, que terá cometido quando era presidente da União de Freguesias de Moscavide e Portela, eleita pela Coligação "Loures Sabe Mudar" (PSD/MPT/PPM).

De acordo com a mesma notícia, que cita a acusação, a autarca "tomou a resolução de praticar diversos atos de gestão que lesaram gravemente o património", ao atribuir pagamentos a uma empresa gerida pelo seu genro.

"Através das decisões e atos de gestão, a arguida teve como único intuito o seu próprio benefício económico e do seu genro, sabendo que a atuação causava prejuízos à junta", lê-se na acusação.

Ainda segundo o Observador, "o valor da inscrição para as atividades denominadas de 'Multiavidades', 'Ginástica' e 'Desporto e Aventura' era de 100 euros por semana e para a atividade de 'Dança' o valor a pagar era de 50 euros por semana", sendo as inscrições feitas na junta de freguesia.

Contudo, ainda de acordo com a acusação, não foi celebrado qualquer contrato de parceria ou prestação de serviços com a empresa, mas Manuela Dias terá ordenado que a junta pagasse, no ano de 2014, 8.560 euros.

A Lusa contactou Manuela Dias, mas não obteve resposta.

Manuela Dias foi presidente da União de Freguesias de Moscavide e Portela no mandato de 2013 a 2017.

Nas eleições autárquicas de 2021 foi candidata pelo Chega à presidência da Assembleia Municipal de Loures, no distrito de Lisboa.