O maior sindicato de Israel convocou este domingo uma greve geral para segunda-feira para exigir ao Governo israelita um cessar-fogo na sequência da morte de seis reféns na Faixa de Gaza.
Segundo o Histadrut, que representa cerca de 800 mil trabalhadores em áreas como saúde, transportes e banca, o objetivo é aumentar a pressão sobre o Governo para que chegue a um cessar-fogo que permita a libertação dos restantes reféns detidos pelo Hamas em Gaza desde 7 de outubro de 2023.
Esta será a primeira greve geral em Israel desde o ataque do Hamas, a 7 de outubro do ano passado.
A decisão surge depois de o exército de Israel ter identificado os corpos de seis reféns recuperados na Faixa de Gaza, duas mulheres e quatro homens, incluindo um israelo-norte-americano e um israelo-russo. De acordo com as autoridades israelitas, os reféns foram mortos pouco antes de terem sido encontrados nos túneis controlados pelo Hamas na Faixa de Gaza.
Os familiares dos reféns afirmaram que as mortes poderiam ter sido evitadas se o primeiro-ministro israelita tivesse assinado um acordo de cessar-fogo com o Hamas. Por sua vez, Benjamin Netanyahu manifestou pesar pela morte de seis reféns, acusando o Hamas de não quer um acordo de cessar-fogo.
O movimento islamita Hamas responsabilizou Israel e os Estados Unidos pela morte dos seis reféns que estavam em cativeiro, afirmando terem sido mortos por bombardeamentos israelitas.
“A responsabilidade pela morte dos prisioneiros detidos pela resistência é da ocupação, que insiste em continuar a sua guerra genocida e em fugir a um acordo de cessar-fogo, bem como da administração norte-americana pela sua parcialidade, apoio e cumplicidade”, disse o porta-voz e membro do gabinete político do Hamas.
O porta-voz do Hamas acusa ainda o presidente Joe Biden de se "render" às condições do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que é culpado de "obstruir a realização de um acordo para se manter no poder" graças ao apoio de uma coligação ultranacionalista.
Na última semana, Israel lançou uma operação militar em grande escala no território palestiniano da Cisjordânia, sob ocupação israelita desde 1967, onde ocorreram confrontos mortais e fortes incursões do Exército em cidades palestinianas como Tulkarem e Jenin.
Esta situação suscita receios de que a intensidade do conflito na Faixa de Gaza possa alastrar à Cisjordânia, onde o nível de violência é extremamente elevado desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, em 7 de outubro de 2023.