A Polícia de Segurança Pública (PSP), através do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) fez ao início da noite deste domingo um balanço das duas manifestações - uma promovida pelo Chega, outra pelo movimento SOS Racismo -, que aconteceram em pleno centro da cidade de Lisboa.
“Após comunicação da realização de duas manifestações para o mesmo dia e para a mesma área geográfica”, a que, recorde-se, a PSP se opôs, “os serviços que integram o COMETLIS efetuaram a avaliação do risco e subsequente planeamento, uma vez que, face à previsível ocorrência de manifestações com posicionamentos ideológicos antagónicos, existia uma forte possibilidade de ocorrência de confrontos, ainda que meramente verbais”.
Ainda assim, assegura a PSP, “a constante visibilidade e mobilidade dos meios policiais destacados para esta operação de segurança terão, assim, contribuído de forma significativa para a inexistência de situações de alteração da ordem pública”.
Há, porém, a registar dois detidos, “um homem e uma mulher de, respetivamente, 25 e 28 anos, por resistência e coação a funcionário”, e a identificação de “quatro indivíduos que integravam a manifestação promovida pelo Partido CHEGA por infração à lei de segurança privada”.
Ventura termina no Rossio com “tiro de partida” para a reconquista
A manifestação do Chega contra o que dizem ser a “imigração descontrolada e insegurança nas ruas” juntou cerca de três mil pessoas de vários pontos do país. O protesto terminou no Rossio com um discurso de André Ventura, que garante que o partido não vai largar o tema.
Num palco montado no Rossio, no final da manifestação, que durou cerca de hora e meia desde a Alameda, Ventura pediu a todos que gritassem o que "a Europa inteira tem de ouvir a partir de Lisboa".
"Aqui mandamos nós, aqui mandamos nós, aqui mandamos nós", repetiu inúmeras vezes.
O líder do Chega admitiu que "uma manifestação não fará a transformação que Portugal precisa", mas considerou que o protesto deste domingo "é o tiro de partida".
"O país costuma dizer que uma andorinha não faz a primavera, uma manifestação não faz a primavera. Mas é essa primavera lusitana, é essa primavera portuguesa que eu quero que vocês tenham no coração a partir de hoje: o maior movimento de sempre, de reconquista da alma nacional, de reconquista da nossa identidade e de reconquista desta bandeira", disse.
Na audiência, ouviram-se gritos de "Reconquista, reconquista", que é também o nome de um grupo ultranacionalista de extrema-direita.
“Grândola” ouviu-se no Largo do Intendente
No Largo do Intendente, em Lisboa, concentraram-se cerca de 200 pessoas numa manifestação pela inclusão. A organização recusa, porém, que o protesto seja uma contra-manifestação.
O objetivo do movimento Não Passarão era mostrar que o Largo do Intendente, no coração da cidade de Lisboa, é um local onde os imigrantes pudem sentir-se seguros.