"O balanço foi extraordinário", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no fim do último de quatro dias da 7.ª edição da Festa do Livro nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa.

"Batemos todos os anos. Às oito horas da noite já tínhamos batido, o que significa que ultrapassámos os 23.300 [visitantes] que tínhamos tido e agora, com o que está a entrar, devemos ir para perto de 24 mil", referiu.

Segundo o chefe de Estado, esta iniciativa, com entrada livre, que lançou no seu primeiro ano de mandato, 2016, em colaboração com a Associação Portuguesas de Editores e Livreiros (APEL), para promover a leitura, "foi crescendo, crescendo, crescendo e este ano foi de facto um sucesso".

Interrogado sobre as filas que se formaram para o cumprimentar e tirar fotografias, Marcelo Rebelo de Sousa destacou, em primeiro lugar, a importância do acesso das pessoas ao Palácio de Belém, "poderem entrar e estar aqui horas e horas", nos jardins da residência oficial do Presidente da República: "Isso é muito importante".

"Quando me diziam 'estamos aqui na sua casa', não, não é na minha casa, estamos na vossa casa. Eu tenho, nem é sequer arrendamento, é um contrato temporário de cinco anos, que é renovável ou não renovável, e antes de mim vieram muitos outros e depois de mim vieram muitos outros", afirmou.

Na sua opinião, por outro lado, os "muitos e intensos" contactos que teve demonstram que "a instituição Presidente da República é de facto uma referência".

"Não é a pessoa Presidente da República, a pessoa Presidente da República vai e vem, pronto, hoje é um e amanhã será outro, daqui a um ano e meio será outro, mas a instituição", distinguiu.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, "não houve aqui nenhuma preocupação, desde o primeiro ano, de puxar para a popularidade do Presidente" com esta iniciativa, mas de puxar para a proximidade, sim, das pessoas em relação à Presidência da República".

"Ficou este traço, que espero que fique para o futuro, para além do fim do meu mandato, que é a proximidade das pessoas ao poder político, gostando, não gostando, concordando, discordando, mas tendo a importância da simbologia do poder", acrescentou.

"O poder é um poder democrático, não é um poder monárquico, é um poder republicano e, portanto, está ao serviço do povo", salientou o chefe de Estado.

O Presidente da República contou que as pessoas que o abordaram nestes dias "traziam livros, contavam histórias", queriam "apresentar casos e fazer sugestões", não apenas tirar fotografias.

"A proximidade é muito isso, não é só a 'selfie', as pessoas o que querem é realmente ser ouvidas e terem a noção daquilo que é o espaço do poder, como é que é", defendeu.

Questionado se espera que o seu sucessor mantenha esta Festa do Livro, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "ele é que decide" e que a proximidade pode ser conseguida de "várias maneiras".

"A mim diz-me muito o livro, a minha vida foi sempre toda em torno dos livros e, portanto, eu puxei para o livro, mas se vier outro Presidente puxar para outra manifestação cultural é igualmente interessante", considerou. 

A Festa do Livro não se realizou em 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19. O programa inclui, além das bancas para venda de livros, sessões de autógrafos, debates, cinema, música e atividades para crianças.

Em 2025, Marcelo Rebelo de Sousa planeia fazer uma última edição condensada em três dias, começando numa sexta-feira, com horário mais alargado no fim de semana, e já tem datas: "29, 30 e 31 de agosto, ponham já nas agendas".

IEL // MCL

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