
O Papa Francisco morreu na manhã de segunda-feira, 21 de abril, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que provocou uma insuficiência cardíaca irreversível. O seu médico, Dr. Sergio Alfieri, revelou à imprensa italiana que o Santo Padre não sofreu e que não havia nada que os médicos pudessem fazer para o salvar.
Ao Corriere della Sera, o médico conta que os dois tinham estado juntos, pela última vez, no sábado, um dia antes do Papa Francisco dar a tradicional benção"Urbi et Orbi" na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
"Levei-lhe uma tarte como ele gostava e conversámos um pouco. Posso dizer que ele estava muito bem, ele próprio mo disse", conta o Dr. Sergio Alfieri .
O próximo encontro estava marcado para a segunda-feira seguinte — e de facto aconteceu, embora sob circunstâncias bem diferentes.
O médico foi chamado por volta das 5h30 da manhã: "Recebi um telefonema de Massimiliano Strappetti [enfermeiro pessoal do Papa Francisco]: “O Santo Padre está muito doente, temos de regressar a Gemelli”. Conta que, ao chegar junto do Sumo Pontífice, este tinha os olhos abertos — mas já não reagia.
"Nesse momento, apercebi-me de que não havia mais nada a fazer. Ele estava em coma", acrescenta.
Menciona também que, mesmo que o Papa Francisco tivesse sido levado para o hospital, isso não teria feito diferença no seu estado de saúde: "Arriscávamo-nos a que morresse durante o transporte, expliquei-lhe que a hospitalização seria inútil. Massimiliano Strappetti sabia que o Papa queria morrer em casa, dizia-o sempre que estávamos no [hospital] Gemelli."
Os dois conheceram-se em 2018 e desde então que mantinham uma relação de proximidade. Diz ainda que, apesar da fragilidade do estado de saúde do Papa Francisco após mais de um mês de internamento, nunca pensou em impedi-lo de continuar a trabalhar: “Era o Papa. O regresso ao trabalho fazia parte do tratamento e ele nunca se expôs a qualquer perigo”.
O último "arrependimento" do Papa Francisco
Ao jornal italiano La Repubblica, o Dr. Sergio Alfieri revelou o último "arrependimento" do Santo Padre. A 17 de abril, poucos dias antes de morrer, o Papa Francisco encontrou-se com 70 prisioneiros da prisão de Regina Coeli, em Roma, para assinalar a "Quinta-feira Santa".
Uma vez que ainda se encontrava a recuperar de uma pneumonia, o Sumo Pontífice foi impedido de cumprir a tradição de lavar os pés dos prisioneiros.
"Todos os anos, gosto de repetir o que Jesus fez na Quinta-feira Santa, a lavagem dos pés, na prisão". Este ano não posso fazê-lo, mas posso e quero estar perto de vocês. Rezo por vocês e por suas famílias", afirmou o Papa Francisco.