"Procuraremos através da política migratória e da política externa os mecanismos para devolvê-los aos seus países de origem - por exemplo, há um acordo com a Guatemala e com praticamente todos os países da América Central, na verdade houve uma reunião na sexta-feira passada para isso, há um acordo com Cuba", afirmou Sheinbaum na sua conferência de imprensa matinal.

A Presidente prometeu "apoio humanitário" aos migrantes de outras nações, em particular da América Latina, que estejam no México e já não possam atravessar para os Estados Unidos, mas insistiu que o novo Governo de Trump deve deportar diretamente os imigrantes sem documentos para os seus locais de origem e não para território mexicano.

E não esclareceu se o Governo mexicano pagará por esses repatriamentos ou se os Estados Unidos o farão.

"É isso que vamos discutir com o Governo dos Estados Unidos", indicou.

A chefe de Estado do México referia-se, em particular, ao novo decreto de Trump que reinstaura os Protocolos de Proteção a Migrantes (MPP, na sigla em inglês), também conhecidos como "Fica no México", que obrigam os requerentes de asilo aos Estados Unidos a aguardar resposta aos seus pedidos em território mexicano.

Claudia Sheinbaum argumentou que "em vez de receber" esses migrantes, "porque o MPP é uma decisão dos Estados Unidos", o México lhes fornecerá "apoio humanitário".

"A questão é que, se essas pessoas estão em território mexicano, vamos prestar-lhes apoio, por razões humanitárias, mas pretendemos, no âmbito da nossa política migratória, que, sendo estrangeiras, elas retornem ao seu país de origem", explicou.

A Presidente mexicana ofereceu o mesmo aos migrantes que ficaram retidos no México após o cancelamento por Trump da aplicação 'CBP One', da Alfândega e Proteção das Fronteiras, para solicitar asilo aos Estados Unidos a partir de território mexicano.

"É claro que são regressos voluntários, mas é importante informá-los, como temos feito desde que chegámos em outubro (ao Governo), de que ao chegarem à fronteira não poderão entrar nos Estados Unidos, e é por isso que estamos a seguir esta política humanitária abrangente", observou.

Sheinbaum reiterou que o seu Governo está preparado para as deportações em massa dos Estados Unidos, que afetarão especialmente o México, origem de quase metade dos 11 milhões de imigrantes ilegais em território norte-americano e cujas remessas representam quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mexicano.

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