Militantes de extrema-direita italianos fizeram esta terça-feira em Roma a saudação fascista, gritando "presente", no tradicional ato político dos radicais romanos por ocasião do aniversário do assassínio de três jovens do Movimento Social Italiano (MSI) em 1978.
Vídeos divulgados pela imprensa mostram grupos de pessoas com os braços levantados, num evento realizado todos os anos e no qual se repetiram as cenas em que apoiantes do fascismo se reúnem em formação militar e vestidos de preto em memória do chamado "massacre de Acca Larentia" há 47 anos.
A polícia anunciou que iniciou uma investigação para descobrir a identidade dos autores da "saudação romana", que em Itália é considerada uma apologia do fascismo e proibida por lei.
Segundo os meios de comunicação social, cerca de 1.300 pessoas de toda a Itália participaram no evento organizado pelo grupo de extrema-direita Casa Pound, e uma grande parte delas fez a saudação fascista.
Acontecimentos desta natureza não são novidade em Itália
Não é a primeira vez que há polémica no país sobre acontecimentos deste tipo, em que a extrema-direita nostálgica do fascismo fundado por Benito Mussolini se expressa publicamente nestes termos.
O evento recordou os assassínios de Franco Bigonzetti e Francesco Ciavatta, membros da Frente Juvenil do MSI, mortos a tiro na sede do movimento em 07 de janeiro de 1978.
Um terceiro militante, Stefano Recchioni, morreu posteriormente no mesmo dia durante confrontos com a polícia.
Estes acontecimentos sucedem mais de dois anos após o início do Governo de Giorgia Meloni, líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, que tem as suas raízes históricas no MSI, por sua vez criado por neofascistas após a Segunda Guerra Mundial.
Segundo os analistas, Meloni distanciou-se das expressões mais extremas do fascismo e apresenta-se como uma política conservadora, mas os seus críticos apontam que nunca condenou verdadeiramente o legado fascista.
Na sua juventude - como se viu num vídeo de 1996 - também elogiou abertamente o líder fascista Benito Mussolini.