
Segundo a responsável, o Ministério do Ambiente e Ação Climática "está profundamente envolvido nas matérias que este manifesto volta a colocar em cima da mesa".
"Estamos empenhados e sabemos que temos que o fazer", afirmou Alexandra Carvalho, sublinhando que "tudo começa pela ação individual de cada um" e que o manifesto tem "isso na sua génese".
Neste contexto, assegurou, o ministério "continuará a incentivar a ação individual e coletiva", bem como a "apoiar institucionalmente e às vezes financeiramente".
"O apoio do Ministério do Ambiente não é só institucional é também financeiro", e segundo a secretária-geral já foi dado ao arranque do manifesto apresentado hoje na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A organização Business as Nature, presidida por Susana Viseu, lançou o movimento "Mulheres pelo Clima, dos países de língua portuguesa para o mundo", em parceria com o Ministério do Ambiente e Ação Climática, a CPLP e a Casa Comum da Humanidade.
O movimento junta mulheres de diversas geografias e dos mais variados setores, desde cientistas, empresárias, dirigentes, ativistas, educadoras, cuidadoras, políticas, jornalistas e influenciadoras.
E está "comprometido com progresso e bem-estar das comunidades e a sustentabilidade do planeta, realçando a necessidade de um maior equilíbrio e aproximação entre os direitos humanos e a ação climática, com foco na implementação de modelos de desenvolvimento sustentável", como refere o texto da apresentação.
De acordo com o movimento, no atual contexto de guerra e crise climática, a insegurança alimentar e o risco climático atingem níveis de emergência que "afetam sobretudo os mais vulneráveis, os mais carenciados e os mais isolados".
Segundo a Organização das Nações Unidas, as mulheres, as meninas e as comunidades marginalizadas são os grupos mais afetados pelas alterações climáticas e devem ser integrados no planeamento e na implementação das ações com vista à prevenção e mitigação do risco climático, para assegurar que todos possam usufruir igualmente dos benefícios destas ações.
Perante este cenário "a iniciativa reforça a necessidade de divulgação e promoção da importância do trabalho desenvolvido pelas mulheres enquanto agentes ativos, incontornáveis na ação climática, na ligação indissociável entre água, energia e alimentos e na promoção da sustentabilidade".
Assim, pelo movimento "serão dadas a conhecer questões como a afetação das mulheres pelos impactos das alterações climáticas, a importância da sua liderança e participação em soluções para fazer face à ação climática e à proteção dos oceanos e biodiversidade".
Como ponto de partida do movimento foi lançado também o manifesto "Mulheres pelo Clima -- Women 4OUR Climate", em que os signatários assumem o compromisso de agir e liderar, pelo exemplo, o combate às alterações climáticas, quer através da sua ação individual e institucional, quer através da ação e envolvimento das organizações que representam.
Nesse sentido, subscreve diversos objetivos em cinco eixos de atuação: política, diplomacia e ativismos climático, empoderamento e capacitação, empreendedorismo sustentável, ciência, tecnologia e conhecimento, divulgação, comunicação, participação e cooperação e criação de redes.
Esta primeira sessão de subscrição do manifesto foi dirigida especialmente às embaixadoras acreditadas em Portugal e embaixadores dos Estados-membros e observadores da CPLP, entre outros convidados.
O manifesto tem previstos outros momentos de subscrição, mas estará também disponível 'online' em businessasnature.org.
O secretário-executivo da CPLP, Zacarias da Costa, disse acreditar que os Governos "estão mobilizados para uma participação ativa na 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, prevista para ter lugar no Egito, em novembro próximo, ocasião que se constitui como um espaço de excelência para a identificação e definição de decisões determinantes no rumo do combate às alterações climáticas".
"Espero que a CPLP consiga uma boa concertação de posições, fazendo ouvir a sua voz e realçando a importância da cooperação multilateral neste domínio", afirmou.
Zacarias da Costa realçou ainda que "o envolvimento das mulheres é crucial para o processo de desenvolvimento sustentável da CPLP e para a sustentabilidade do planeta".
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