O Ministério Público francês pediu esta quinta-feira uma pena suspensa de 18 meses, com um periodo purgatório alargado a três anos, para o ator Gérard Depardieu que está a ser julgado em Paris por agressão sexual a duas mulhetes em 2021.

Os procuradores também querem que o ator pague uma multa de 20 mil euros, indemnize as partes civis, submeta-se a tratamento psicológico e a ser registado no ficheiro de agressores sexuais. Além disso, foi pedida uma inibição de direitos por dois anos.

Depardieu pode ser condenado a até cinco anos de prisão e a uma multa de 75 mil euros. O julgamento teve início esta semana com a identificação das testemunhas a depor, quatro propostas pelos queixosos (cujos nomes completos são mantidos confidenciais) e uma dúzia pela defesa.

Na quarta-feira, admitiu que o uso de linguagem “vulgar” e “rude”, mas rejeitou que o seu comportamento tivesse tido um cariz sexual. "Não me sinto muito à vontade com esta nova sociedade... Acho que o meu tempo acabou", disse, cita a BBC.

Desde o início do julgamento que o advogado de Depardieu tem travado uma luta contra as queixosas - uma cenógrafa de 54 anos e uma assistente de realização de 34 anos. As alegações remontam ao tempo em que trabalharam juntos no filme de 2021 “Persianas verdes” de Jean Becker.

A sentença deverá ser proferida no dia 13 de maio. Aos 76 anos, Depardieu é uma figura conhecida do cinema francês. Esta não é a primeira vez que o ator está a ser julgado por alegações de agressão sexual.