![Ministra reúne-se com Ordem dos Médicos para discutir plano para o Amadora-Sintra](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
A ministra da Saúde reúne-se esta segunda-feira com a Ordem dos Médicos para discutir o plano para o Hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, cujos elementos da administração apresentaram a demissão na passada semana.
Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos, explica à SIC que foi a ministra da Saúde que pediu uma reunião ao organismo de forma a analisar as questões que afetam o bom funcionamento da unidade de saúde.
O bastonário reconhece que, à "semelhança de outros hospitais", o Amadora-Sintra tem "vários problemas", mas destaca o serviço de cirurgia-geral: "É um caso particularmente grave", aponta.
Revela ainda que o organismo que lidera apresentou propostas de solução para esta questão, mas lamenta que o hospital não tenha aproveitado a "ajuda da Ordem dos Médicos".
Carlos Cortes entende que a principal causa dos constrangimentos que afetam a unidade hospitalar é a falta de médicos:
"Saíram, nestes últimos meses, 10 cirurgiões, num total de, sensivelmente, à volta de 18 cirurgiões".
O bastonário defende ainda que a demissão do conselho de administração do hospital "não resolveu o problema".
Utentes em protesto
Cerca de uma centena de utentes dos concelhos da Amadora e Sintra estão, desde as 09:00 desta segunda-feira, concentrados à porta do Hospital Fernando da Fonseca, exigindo mais profissionais de saúde, disse Pedro Ventura, vereador na Câmara de Sintra.
Em declarações à agência Lusa, o vereador da CDU na Câmara Municipal de Sintra, que também participa na ação, explicou que os cerca de 100 utentes que se encontram à entrada do Hospital Amadora-Sintra estão contra os cuidados de saúde que estão atualmente a ser prestados nesta unidade hospitalar e exigem contratação de profissionais em falta.
"Acima de tudo o que está aqui em questão é a incapacidade que o atual Governo tem tido na resolução dos principais problemas que afetam o Amadora-Sintra. Os tempos de espera têm sido verdadeiramente insuportáveis. Há 15 dias chegámos a ter 36 horas de tempo de espera por uma consulta, o que é verdadeiramente insuportável", precisou.
De acordo com o vereador comunista, esta unidade de saúde está a "rebentar pelas costuras" e não tem capacidade para mais.
"Não vemos uma resposta que seja efetiva por parte do Ministério da Saúde. Veja-se o caso, que é também uma revindicação dos utentes de Sintra, da construção de um verdadeiro hospital que sirva a população de Sintra. Recentemente, a câmara passou o Hospital de Sintra para o Serviço Nacional de Saúde, mas esta unidade é uma unidade hospitalar de retaguarda do Amadora-Sintra e também não entrou em funcionamento", destacou.
Segundo o vereador da CDU, a situação tem de ser resolvida com urgência, pois está a levar os utentes a recorrer aos hospitais e aos seguros privados, o que "é verdadeiramente dramático".
"O problema continua a ser o mesmo: ou o Governo passa a investir de facto no Serviço Nacional de Saúde ou contribuí para aquilo que é a diminuição da qualidade e a destruição do Serviço Nacional de Saúde. (...) Não há médicos. Em Sintra temos mais de 130 mil utentes sem médico de família. Por isso, os utentes de Sintra e da Amadora decidiram organizar esta manifestação à porta do hospital", disse.
Os membros do Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra apresentaram na quinta-feira passada a demissão à ministra da Saúde e ao diretor-executivo do SNS.
Nas últimas semanas, a administração da unidade de saúde tem sido alvo de críticas da Ordem dos Médicos, que considera que o hospital perdeu a capacidade formativa de cirurgia e não reúne condições de segurança no serviço.
Artigo atualizado às 11:09