Fernando Alexandre falava aos jornalistas em Vila Flor, no distrito de Bragança, hoje esteve presente na inauguração da segunda fase de requalificação da escola básica e secundária do concelho.

"Temos centenas de escolas em Portugal que precisam de intervenções urgentes. Mas, claro, é um investimento que não se faz num ano, tem de ser planeado. Temos fundos europeus para isso, mas também precisamos de Orçamento do Estado (OE). É uma condição básica, que os nossos alunos tenham boas condições (...)", afirmou o governante, referindo que no Portugal do século XXI as escolas têm de ter condições. 

Quando questionado sobre qual o valor estimado para cobrir todos essas obras, Fernando Alexandre referiu-se, sem apontar um número definido, a "vários milhares de milhões de euros".

"Por isso, é um investimento que não se faz num prazo curto. Temos de ter um planeamento a cinco anos, diria eu, 10 anos. (...) E, mais do que isso, estamos a falar de 6 mil escolas [no país], é um investimento contínuo", considerou Fernando Alexandre.

O ministro referiu que há neste momento o problema de muitas escolas terem mais de 40 anos e que por isso carecerem de intervenções. 

"Passaram mais de 40 anos do período de maior massificação de crescimento da educação em Portugal, a seguir ao 25 de Abril (...). Por isso, temos muitas escolas, provavelmente como esta [em Vila Flor], que, depois de quatro décadas, precisam de intervenção. Mas, entretanto, à medida que o tempo passa (...), precisamos de um investimento contínuo, de manutenção. E vamos precisar de um plano para garantir que, independentemente dos fundos europeus, o Estado português tem um compromisso com o Orçamento do Estado para investir nas infraestruturas educativas, que são, provavelmente as com maior retorno para o país", frisou o ministro.

Fernando Alexandre afirmou que esta tem de ser uma estratégia concertada com as autarquias e as escolas, para identificar o que cada uma tem em falta.

No caso de Vila Flor, as obras desta que foi a segunda leva do melhoramento do parque escolar custaram cerca de 800 mil euros, financiados a 85% por fundos comunitários. Entre 2017 e 2018 foi investido cerca de meio milhão.

Entre outras, foram mudadas pavimentações, instalado um elevador para facilitar a mobilidade e remodelado o espaço polivalente, que "reatualizaram a escola sede", detalhou o presidente da câmara municipal, Pedro Lima.

O concelho transmontano conta com cerca de 500 alunos. "Diria que o nosso parque escolar está muito bom. Mas acho que temos de olhar para a vida como um desafio constante. Temos de saber interpretar os desafios e conseguir, seja um equipamento ou recursos humanos, identificar a necessidade e colocá-la à disposição da comunidade escolar", rematou o autarca local.

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