Em entrevista à SIC Notícias, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assumiu que não há grande margem para negociações no Orçamento do Estado para 2025 e espera a viabilização do Partido Socialista. Revelou ainda que nunca analisou propostas do Chega para o Orçamento do Estado, embora tenha estado presente nas reuniões com o partido de André Ventura, quando estas foram públicas.
Questionado por José Gomes Ferreira sobre a possibilidade de demissão do governo caso o orçamento seja chumbado, o ministro não se comprometeu com uma resposta, argumentando que a decisão ficaria nas mãos do primeiro-ministro, Luís Montenegro. "Estou bastante convicto de que o Partido Socialista vai ser responsável", declarou, apontando que o secretário-geral do PS demonstrará essa responsabilidade já na próxima segunda-feira.
O ministro das Finanças ressalvou ainda que o crescimento económico do país vai ser maior do que o previsto, caso o Orçamento do Estado seja aprovado. Confrontado com os números do crescimento do PIB apresentados esta semana em Bruxelas, que ficam aquém do programa da AD, Miranda Sarmento deixou uma garantia: "A economia vai crescer muito acima daquilo que são os números que apresentamos". O ministro disse que esse crescimento vai ser possível devido a reformas estruturais que o Governo prevê levar a cabo.
Sobre o Chega, o ministro das Finanças garantiu que nunca analisou propostas do partido para o Orçamento do Estado. “Participei em reuniões com o Chega apenas quando estas foram públicas,” disse Miranda Sarmento.
Na entrevista desta quarta-feira, o ministro falou também sobre a venda de imóveis do Estado, afirmando que as receitas obtidas serão direcionadas para a construção de 59.000 casas até o final da década, ao mesmo tempo que garantiu que todos os processos de venda terão a maior transparência e rigor.
Em relação ao novo aeroporto de Lisboa, Miranda Sarmento reiterou a decisão do governo de seguir a proposta da construção em Alcochete, após um estudo da Comissão Técnica Independente. Sublinhou a importância de que o projeto seja financiado por concessionários, indicando que o Estado se concentrará nas acessibilidades.
Já a construção de uma nova rede ferroviária de alta velocidade deve continuar a seguir o modelo de parcerias público-privadas (PPP), defendeu o ministro, apesar das críticas sobre experiências anteriores. “Entendemos que interromper esse modelo era prejudicial", respondeu.