Segundo o anuário do Instituto Nacional de Estatística relativo a 2023, a que a Lusa teve hoje acesso, Moçambique exportou no ano passado um novo recorde de 11.585 GigaWatt-hora (GWh), sendo 9.079 GWh destinados à África do Sul, o principal cliente da energia moçambicana.
Seguiu-se o Zimbábue, com 878 GWh comprados a Moçambique, o Botsuana, com 396 GWh, e a Zâmbia, com 235 GWh.
Pequenos países vizinhos também dependem da energia moçambicana, como o reino de Essuatíni, que importou 132 GWh em 2023 e o Lesoto, que comprou 97 GWh, além do Maláui, que importou 4 GWh.
Além das exportações diretamente para países vizinhos, Moçambique também exportou 765 GWh, um decréscimo face à média anual desde 2019 acima de 1.000 GWh, para o mercado SAPP (Southern African Power Pool), uma rede elétrica comum formada pelas empresas energéticas da África austral.
A eletricidade exportada por Moçambique para os países vizinhos cresceu 9% em 2023, face a 2022, para um novo máximo, segundo o relatório e contas da estatal EDM, que sublinha a afirmação do país como polo regional.
"O nosso desempenho na região da África austral é bastante animador", referia o anterior presidente do conselho de administrador, Marcelino Gildo Alberto, na mensagem que consta do relatório e contas de 2023 da EDM, noticiado anteriormente pela Lusa.
"Gradualmente, estamos a consolidar o objetivo de tornar Moçambique o polo regional de energia. Além da alta do volume de exportação, em 2023, aumentámos as vendas de energia ao Botsuana e concluímos, com sucesso, o processo de cobrança da dívida à ZESCO, nossa congénere da Zâmbia, no valor de 22 milhões de dólares [21,2 milhões de euros]", lê-se na mesma mensagem.
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