"Foi possível apurar a instauração de outros dois inquéritos, mais um respeitante a factos ocorridos na comarca de Bragança e outro relacionado com factos de Tondela, os quais se encontram em investigação", adiantou a PGR em resposta à Lusa.
Um homem de 84 anos morreu a 08 de novembro depois de ter ficado uma semana nos Cuidados Intensivos do Hospital de Bragança, em coma, após se engasgar num almoço com familiares no Mogadouro, em 02 de novembro.
Segundo os jornais, a chamada para o 112 durou 50 minutos, sem resposta.
A 02 de novembro uma mulher de 94 anos em paragem cardíaca morreu na freguesia de Molelos, Tondela (Viseu), após um familiar ligar para a linha 112 às 09:34 e a chamada ser transferida para o CODU cerca de 45 minutos depois.
Ainda foi transportada para o centro hospitalar de Lamego, onde foi declarado o óbito.
Com estes dois inquéritos são já seis as investigações em aberto no MP relacionadas com falhas no socorro por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), depois de arquivado um sétimo inquérito, relacionado com uma morte em Ansião.
Já corriam investigações no MP a casos em Bragança, Cacela Velha, Vendas Novas e Almada.
Segundo a informação da PGR hoje enviada à Lusa, "relativamente a factos ocorridos em Matosinhos, dada a dimensão da comarca do Porto, sem outros elementos, designadamente identificativos, não é possível proceder a pesquisas que permitam localizar eventuais inquéritos".
No domingo, o Jornal de Notícias avançou que um homem de Perafita, em Matosinhos (Porto), morreu depois de meia hora a tentar ligar ao 112, na semana passada, no dia mais crítico na prestação de socorro devido à paralisação da Função Pública e à greve, entretanto suspensa, dos técnicos de emergência pré-hospitalar às horas extraordinárias.
"Aguarda-se ainda informação relativa a Pombal e Ponte de Sor", adiantou ainda a PGR.
Os Bombeiros Voluntários de Pombal foram chamados para duas ocorrências que não terão tido resposta do INEM e em que acabaram por morrer dois homens, de 53 e 90 anos.
As falhas no socorro por parte do INEM já serão responsáveis por 11 mortes nas últimas semanas e motivaram até ao momento sete inquéritos no MP, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Os alegados atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), foram intensificados por uma greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que pedem a revisão da carreira e melhores condições salariais.
A greve foi suspensa na passada quinta-feira, dia em que Ana Paula Martins convocou o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.
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