
"Podemos fazer uma advocacia para os Estados-membros das Nações Unidas investirem nestas tecnologias geoespaciais (...), temos de continuar a elevar este assunto no nível político para que o Governo [moçambicano] se comprometa a financiar através do Orçamento do Estado", disse a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi.
A responsável falava hoje em Maputo, durante o Fórum Regional sobre o Reforço dos Mecanismos de Gestão da Informação Geoespacial e a Aceleração da Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Catherine Sozi defendeu que as tecnologias geoespaciais são importantes e constituem fator-chave para minimizar os impactos dos desastres naturais que têm afetado Moçambique, com maior incidência nos últimos anos.
"Esta tecnologia geoespacial ajuda-nos a melhor compreender o impacto nas pessoas e a prevenir este impacto (...). Em África, Moçambique está melhor no uso destas tecnologias, mas queremos que faça mais e de forma eficiente", acrescentou a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique.
Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que, além do Chido, que atingiu o país em 14 de dezembro, registou ainda os ciclones Dikeledi, em 13 de janeiro, e Jude, em 10 de março, totalizando cerca de 150 mortos.
O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique através do distrito de Mossuril, província de Nampula, tendo feito, pelo menos, 16 mortos, afetando ainda, Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.
A última atualização do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) apontava para, pelo menos, 384.877 afetados.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.
PME // JMC
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