O primeiro-ministro israelita insiste que manter o exército na fronteira entre Gaza e o Egito, no chamado corredor de Filadélfia, é a única forma de exercer pressão para a libertação dos reféns ainda em Gaza. “Sair de lá não vai trazer os reféns de volta”, declarou Benjamin Netanyahu numa conferência de imprensa para a comunicação social estrangeira.
“Se queremos libertar os reféns, temos de controlar o corredor de Filadélfia”, defendeu o líder israelita, sublinhando que essa zona serviu durante anos como rota para o contrabando de armas procedentes do Irão, perante a passividade das autoridades egípcias, e que qualquer acordo sem essa cláusula seria uma ameaça para os israelitas, pelo que “não haverá acordo dessa forma”.
O Hamas ameaçou que enquanto Netanyahu estiver no poder, mais reféns israelitas poderão morrer em Gaza. “Se a agressão parar, os prisioneiros voltarão vivos. Se a agressão continuar, o seu destino é desconhecido. Cada dia que Netanyahu se mantiver no poder significará um novo caixão. A decisão é vossa”, afirmou o grupo palestiniano num novo vídeo.
Mais notícias do dia:
⇒ A UNICEF apelou para a continuação das pausas humanitárias na Faixa de Gaza para concluir a campanha de vacinação contra a poliomielite, que após a primeira fase é “um pouco de luz” no meio do conflito. A agência das Nações Unidas salientou que o progresso alcançado esta semana, que levou à vacinação de quase 190 mil habitantes do território com menos de dez anos em apenas três dias, não poderia ter sido atingido sem pausas nos confrontos.
⇒ O primeiro-ministro britânico defendeu no Parlamento como decisão legal e não política a suspensão pelo Governo de algumas entregas de armas a Israel, depois de já terem sido suspensas licenças de exportação. “Continuaremos a defender o direito de Israel a defender-se, mas é importante que sejamos um Estado comprometido com o direito internacional”, respondeu Keir Starmer quando questionado pelo líder da oposição e antigo primeiro-ministro, Rishi Sunak.
⇒ A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã inicia nesta quarta-feira à noite uma nova visita ao Médio Oriente, que inclui Israel e Ramallah, com o objetivo de apoiar os esforços internacionais para conseguir uma trégua em Gaza. Trata-se da “nona viagem” de Annalena Baerbock a Israel e “a décima primeira no total à região do Médio e Próximo Oriente desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023”, pormenorizou uma das porta-vozes, Kathrin Deschauer.
⇒ Espanha e Palestina vão celebrar a primeira cimeira bilateral ainda este ano, depois de Madrid ter reconhecido o Estado palestiniano em maio, anunciou o primeiro-ministro espanhol. “Vamos continuar a apoiar o povo de Gaza, apoiando a UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina] e pressionando Netanyahu no Tribunal Penal Internacional, e vamos estreitar os nossos vínculos com o estado palestiniano, que reconhecemos recentemente”, disse Pedro Sánchez num discurso em Madrid.
⇒ O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, reivindicou a erradicação de “organizações terroristas” na Cisjordânia ocupada, ameaçando usar “toda a força” para atingir este objetivo, de acordo com um comunicado do respetivo gabinete. O exército israelita continua a operação que começou há uma semana no norte da Cisjordânia ocupada, onde pelo menos 30 palestinianos foram mortos desde então, segundo o Ministério da Saúde local.
⇒ Uma mulher morreu e cinco outras pessoas ficaram feridas em ataques israelitas no sul do Líbano, quase 11 meses após o início das hostilidades entre o grupo xiita Hezbollah e Israel, informou o Ministério da Saúde libanês. “O fogo de artilharia do inimigo israelita contra a cidade de Qabrikha matou uma mulher e feriu outras duas pessoas, incluindo uma criança de 12 anos”, indicou em comunicado. Três outras pessoas ficaram feridas num ataque israelita contra a cidade fronteiriça de Houla.
⇒ O Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) anunciou que as forças posicionadas a sul do Mar Vermelho destruíram com sucesso um sistema de mísseis dos rebeldes iemenitas hutis, que “representava uma ameaça iminente” para os navios na região.
Pode recordar os principais acontecimentos do dia anterior aqui.