Marcellus Williams de 55 anos luta há mais de 20 anos para tentar provar a sua inocência. Foi condenado em 2001 pelo assassinato de Felicia Gayle, uma antiga jornalista, esfaqueada até à morte na sua casa nos subúrbios de St. Louis em 1998, no estado do Missouri, Estados Unidos. Desde então tem passado os seus dias no corredor da morte. Williams deverá ser executado, esta terça-feira, com uma injeção letal mesmo existindo evidências de que não cometeu o crime.

Na altura foram encontradas várias provas forenses como impressões digitais, cabelos, pegadas e ADN na faca que terá sido utilizada durante o crime.Marcellus Williams foi condenado mesmo depois de se ter confirmado que o ADN encontrado não correspondia ao seu.

A condenação teve ainda como base o depoimento de dois reclusos que, segundo os advogados de Williams, terão sido aliciados a testemunhar contra em troca de dinheiro e uma redução das penas.

O procurador do Condado de St. Louis, que inicialmente condenou o homem de 55 anos, decidiu voltar atrás na sua decisão e tentar anular o caso. A condenação também é contestada pela família da vítima que pede o encerramento da investigação e afirma que a "execução de Marcellus Williams não é necessária", de acordo com a AFP.

Marcellus Williams viu a sua execução ser anulada por duas vezes. A primeira em 2015 pelo Supremo Tribunal do Missouri e a segunda em 2017 quando o governador Eric Greitens confirmou o adiamento da execução.

Foi então criada uma comissão de inquérito que nunca chegou a emitir o relatório final já que foi dissolvida pelo sucessor de Eric Greitens. A execução de Williams acabou por ser confirmada pelo procurador-geral do Missouri.

Defesa de Williams fala em "preconceito racial"

Os seus advogados defendem agora que houve preconceito racial e vários erros constitucionais foram cometidos durante o julgamento. Foi pedido ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos que suspendesse a execução depois de não ser sido nomeado nenhum júri negro.

A execução está prevista para a noite desta terça-feira no Centro Correcional de Potosi, nos arredores de St. Louis, nos Estados Unidos.