O Novo Banco teve lucros de 744,6 milhões de euros em 2024, apenas mais 0,2% face a 2023, divulgou, esta quinta-feira, em comunicado.

Apesar de os lucros só terem aumentado 1,5 milhões de euros (744,6 milhões de euros em 2024 face a 743,1 milhões em 2023), os resultados líquidos de 2024 são os maiores de sempre do banco criado em 2014 para ficar com parte da atividade do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.

Na informação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco justifica o aumento dos lucros com "um modelo de negócio consistente e diversificado, apesar dos custos pontuais do exercício, e impulsionado pelo robusto 'franchising' de crédito a empresas e de crédito habitação de baixo risco e elevada adoção do digital".

Anuncia ainda que será proposto à assembleia-geral de acionistas (o fundo Lone Star tem 75% do banco e o Estado português 25%) o pagamento de um dividendo de 224,6 milhões de euros.

3.300 milhões de euros de capital disponível

No documento com a atualização estratégica «divulgado ao mercado, o banco diz que tem "3.300 milhões de euros de capital disponível para distribuir nos próximos três anos".

O Novo Banco fechou 2024 com o rácio de capital CET1 em 20,8% (já considerando o dividendo de 224,6 milhões de euros), o que considera ser um "balanço sobrecapitalizado", indicando uma perspetiva de maior distribuição de dividendos nos próximos anos quando é conhecido que a Lone Star quer vender a instituição.

Segundo informações públicas, o objetivo é para já vender parte do capital do Novo Banco (25% a 30% do capital) em bolsa. Uma venda direta também não estará descartada, de acordo com informações recolhidas pela Lusa.

Em 2024, a margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) do Novo Banco subiu 3,2% para 1.179,4 milhões de euros e as comissões aumentaram 9,1% para 323 milhões.

Os custos operativos subiram 4,2% para 499,2 milhões de euros, sendo que os custos com pessoal cresceram 7% para 270,4 milhões.

No final de 2024, o grupo tinha 4.195 trabalhadores, menos 14 do que em 2023, e mantinha estável a rede com 290 balcões.

As imparidades e provisões para créditos desceram 32%, tendo sido alocados nessa rubrica 96,9 milhões de euros.

Os empréstimos a clientes (bruto) cresceram 3% para 29.015 milhões de euros, com o crédito a empresas praticamente estável nos 13.891 milhões de euros e o crédito à habitação a subir 1% para 10.158 milhões de euros.

O rácio de crédito não produtivo (rácio 'NPL' na sigla técnica em inglês) reduziu-se de 4,4% em 2023 para 3,3% em dezembro de 2024.

- Com Lusa