Um sismo de magnitude 5,1 na escala de Richter abalou hoje Mandalay, no centro de Myanmar, segundo informação do Serviço geológico dos Estados Unidos. É uma réplica do sismo de sexta-feira de magnitude 7,7 que provocou mais de 1.600 mortos e 3.400 feridos.

Este sismo, com epicentro a 28 quilómetros a noroeste da cidade de Mandalay e um hipocentro a uma profundidade de 10 quilómetros, teve uma magnitude de 5.1 na escala de Richter, um abalo consideravelmente inferior ao de sexta-feira.

Ainda não há informação de danos decorrentes deste novo sismo.

O terramoto de magnitude 7,7 na escala de Richter, que aconteceu na sexta-feira, desencadeou uma série de réplicas desde então, a mais forte, de magnitude 6,7 na escala de Richter, ocorreu minutos após o primeiro terramoto.

Buscas por sobreviventes

Centenas de socorristas de vários países começaram hoje a procurar sobreviventes nas regiões mais afetadas pelo sismo de sexta-feira em Myanmar.

O canal de televisão oficial MRTV, que pertence à junta militar birmanesa - no poder desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021 -, noticiou que bombeiros, técnicos e socorristas da Rússia, China, Índia, Singapura, Tailândia e Hong Kong estão já a trabalhar no salvamento e resgate no país.

A junta, que declarou o estado de emergência nas seis regiões mais devastadas pelo sismo, mostrou hoje imagens da chegada e do envio destas equipas para locais mais devastados, como Mandalay, a segunda cidade mais populosa, com 1,5 milhões de habitantes, onde foram registados danos significativos.

As equipas de resgate internacionais estão a unir-se aos esforços para resgatar vítimas e limpar escombros hoje, uma vez que estes esforços entram numa fase crítica 48 horas após o terramoto.

De acordo com a MRTV, a equipa russa - composta por 23 pessoas, quatro cães e dois intérpretes - levou duas toneladas de mantimentos de socorro, enquanto um avião militar que transportava 1,5 toneladas de mantimentos de socorro partiu da Índia para Mandalay.

As Nações Unidas e os grupos humanitários, que alertaram para a grave escassez de material médico, começaram a mobilizar equipas cirúrgicas móveis e hospitais de campanha para prestar cuidados médicos às vítimas.

A junta militar birmanesa fez um apelo invulgar por ajuda internacional na sexta-feira, mas ainda não é claro como planeia aplicar os fundos em territórios afetados pelo sismo que não estão sob o seu controlo.

Grupos da oposição relataram que os militares bombardearam no sábado a região de Sagaing, epicentro do sismo, e Naung Cho, em Shan.

O Fundo de Assistência de Emergência das Nações Unidas (CERF, na sigla em inglês) atribuiu cinco milhões de dólares em ajuda, seguido pelo Escritório de Serviços de Projetos da ONU (UNOPS), que acrescentou 10 milhões de dólares para aliviar o impacto do terramoto.

A Irlanda anunciou também uma doação de seis milhões de euros e a Austrália contribuiu com outros dois milhões de dólares, deixando claro que este dinheiro será gerido por agências das Nações Unidas e organizações humanitárias, como o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Equipas de resgate detetam sinais de vida nos escombros em Banguecoque


O número de vítimas na Tailândia aumentou para 17 mortos confirmados, 32 feridos e mais de 80 pessoas continuam desaparecidas, a maioria sob os escombros do prédio de 30 andares em construção que desabou na sexta-feira após o sismo de magnitude 7.7.