Há uma semana, eram mais de 241 mil os alunos que continuavam sem aulas desde o início do ano letivo.
No espaço de uma semana, esse número caiu para quase metade, mas, à data de hoje, há 146.318 alunos sem professor atribuído, com 1.688 horários por preencher na sequência da quarta reserva de recrutamento.
O balanço foi feito pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, que está a ser ouvido pela comissão parlamentar de Educação e Ciência, por requerimento do Chega a propósito de alegadas irregularidades na colocação de professores no âmbito dos concursos interno e externo.
No início da audição, Fernando Alexandre aproveitou para esclarecer a contabilização, depois de, em audição na mesma comissão, o ex-ministro da Edução João Costa ter acusado o Governo de inflacionar o número de alunos sem aulas no início do ano letivo, citando dados oficiais que apontam para 72 mil e não 324 mil alunos sem professor.
"Os dados apresentados são verdadeiros, mas é preciso perceber o que entendemos por um aluno sem aulas", começou por dizer o ministro, explicando que a tutela considerou o número de alunos sem aulas em algum momento durante o mês de setembro, multiplicado pelo número de disciplinas a que não teve professor, o mesmo critério que tem utilizado desde o início do ano letivo.
"Uma coisa é não ter aulas a uma disciplina, outra é não ter a nenhuma", justificou, considerando que, independentemente do critério, "todos mostram que o problema é muito grave".
Apesar de reconhecer essa gravidade, o responsável pela pasta da educação mantém a meta de reduzir em, pelo menos 90% no número de alunos sem aulas durante o 1.º período, em relação a 2023/2024.
Para isso, o Governo aprovou o plano "+ Aulas + Sucesso", com um conjunto de mecanismos que permitirão às escolas carenciadas contratar mais professores, contratando, por exemplo, professores aposentados com uma remuneração extra, bolseiros de doutoramento, ou manter os docentes que já estão em condições de se reformarem, mas aceitam continuar a dar aulas.
O impacto das medidas será avaliado no final do 1.º período letivo e Fernando Alexandre assegura que, no caso de se revelarem insuficientes, a tutela tomará as medidas "que forem necessárias".
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