
A população ativa aumentou em 41,6 mil pessoas no quarto trimestre de 2024, superando pela primeira vez o valor máximo histórico de 5,51 milhões, segundo uma análise da Randstad Research.
Os dados da população ativa (pessoas com idades entre os 16 e os 89 anos, empregadas e desempregadas, que integram a mão de obra disponível) registados no trimestre terminado em dezembro apontam para uma subida de 1,4% face ao trimestre homólogo, com a taxa de atividade a atingir os 60,5% (subida de 0,3 pontos percentuais).
Segundo a análise, cerca de um quarto (23,9%) da população ativa tem entre 55 e 89 anos, tendo sido na faixa entre os 55 e os 64 anos que a taxa de atividade mais cresceu desde 2012, atingindo 72% no último trimestre de 2024. É, no entanto, na faixa entre os 35 e os 44 anos que esta taxa é mais elevada (chegando aos 93,2%).
Os dados estatísticos relativos ao mercado de trabalho permitem também verificar que no período em análise o número de pessoas empregadas aumentou em 7,9 mil, atingindo os 5,15 milhões.
Do lado do desemprego, os dados mostram que a população desempregada registou no quarto trimestre um aumento de 33.600 pessoas, face ao trimestre anterior sendo esta a maior subida em cadeia nos últimos dois anos.
Os 368.300 desempregados registados traduzem uma subida homóloga de 2,7% e colocam a taxa de desemprego nos 6,7% - sendo que junto dos mais jovens esta taxa é cerca de três vezes superior, ascendendo a 21,8%.
Portugal supera a média europeia
Numa comparação com o mercado de emprego nos países da União Europeia - em que os dados mais recentes correspondem aos do terceiro trimestre de 2024 - a análise da Randstad Research mostra que naquele período a taxa de atividade em Portugal na faixa etária dos 16 aos 64 anos superava a da média da UE em 2,7 pontos, sendo de 78,1%.
Também na taxa de emprego, Portugal supera a média europeia, neste caso em 2,3 pontos percentuais, com 12 países, entre os quais, Áustria, Irlanda, Dinamarca, Alemanha, Suécia ou Países Baixos, a registarem valores mais elevados do que os nacionais (73,2%).
Por outro lado, 31,7% das pessoas empregadas em Portugal têm um reduzido nível de qualificações, o que compara com a média de 15,7% de profissionais pouco qualificados ao nível da União Europeia.
Portugal surge ainda acima da média da UE na taxa de emprego temporário, com os dados a mostrarem que, no terceiro trimestre de 2024, esta representava 15,7% dos empregos por conta de outrem superando em 2,7 pontos percentuais a média comunitária e apenas abaixo de Espanha, Finlândia e Países Baixos.