O ministro da Defesa, Nuno Melo, diz que a queda do Governo se deve à dificuldade da oposição em encontrar falhas na governação e assume que a Aliança Democrática (AD) está focada num resultado eleitoral em que não dependa “dos outros”.

O líder do CDS-PP reconhece, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, que a crise política que se abateu sobre Portugal "é grave, séria e totalmente desnecessária" e atira responsabilidades:

"Foi criada pelas oposições à esquerda e pelo maior aliado dessas oposições à esquerda, que é o populismo que se diz de direita, mas que durante um ano esteve sempre ao lado do Bloco de Esquerda, do Livre, do PCP e do PAN e do PS."

O ministro da Defesa acredita que, "quando um Governo governa bem", a oposição "tem dificuldade de contraditar politicamente" o que o Executivo faz, acusando os partidos de se focarem na "pequena política", em referência à "suspeição que fica no ar" sobre o primeiro-ministro.

AD não quer depender de coligação com IL

Sobre uma possível colaboração pré-eleitoral com a Iniciativa Liberal, Nuno Melo diz apenas que “esse assunto já está esclarecido” pelos liberais, que esta semana confirmaram que vão sozinhos a eleições.

“Nós temos de lutar por essa maioria. Não havendo essa maioria, depois logo se verá”, acrescent a.

O ministro entende que a Aliança Democrática (AD) deve “concentrar-se num esforço muito grande” para conseguir um resultado eleitoral que permita não “depender dos outros”.

“Isso implica não ter muitas distrações e não falar de outros cenários. Falar de outros cenários porquê? Tenho de me concentrar num cenário que vai dar maior vantagem para um projeto político, que é o da AD ”, defende.