
Choveu tanto no mês de março que, em Espanha, as barragens acumularam em apenas três semanas o equivalente à água que é consumida em mais de um ano.
Com os níveis de precipitação a bater recordes, os registos mostram que as reservas de água aumentaram 22,7% desde 4 de março, atingindo os 39.895 hectómetros cúbicos.
Para comparação, Espanha utiliza, num ano, 32.000 hectómetros cúbicos de água na agricultura, indústria e para consumo urbano.
“Num mês, conseguimos praticamente acabar com uma seca de longa duração”, disse ao El País o porta-voz da agência meteorológica espanhola Aemet, Rubén del Campo.
A poucos dias do fim do mês, março já se tornou no terceiro mais chuvoso de sempre em Espanha, atrás apenas de março de 2018 e março de 2013.
As barragens espanholas estão agora a 71,2% de capacidade, sendo que a média para esta altura do ano é, na última década, de 60,1%.
Níveis de precipitação recorde
Segundo dados do El País, a bacia do Tejo encontra-se agora a 81,8% de capacidade e a do Guadiana a 65,3%, valores substancialmente acima do habitual.
Recorde-se, até, que o aumento dos caudais deixou Portugal e Espanha em alerta para o risco de cheias. Esta quinta-feira, a Agência Portuguesa do Ambiente revelou que a gestão articulada com Espanha permitiu minimizar o efeito no leito do rio Tejo.
A subida das águas do rio Tejo provocou, ainda assim, o colapso de dois troços de uma ponte romana em Talavera de la Reina, no município de Toledo, no centro de Espanha.
De acordo com informações recolhidas pelo El País, pelo menos sete estações meteorológicas espanholas registaram níveis de precipitação recorde para março. Destas, em pelo menos três os registos mostram que choveu seis vezes mais do que o habitual.