
A segunda intervenção a propósito dos 51 anos do 25 de Abril na Assembleia Legislativa da Madeira foi do CDS, coma deputada única Sara Madalena a recordar o passado recente de instabilidade política na Região, para poder salientar que com a actual configuração o parlamento tem condições para deixar para trás o ano e meio de eleições e moções de censura.
"51 anos passaram desde o dia que mudou rumo do nosso país, um rumo que até ao 25 de Novembro de 1975 deu uma guinada à esquerda, encontrando a sua estabilidade com o equilíbrio trazido com o assentar da poeira e o implantar de uma democracia no nosso país", pelo que "o 25 de Abril não é de ninguém, não é de esquerda, não é da direita, é de todos os portugueses e sobretudo daqueles que perderam a vida, a saúde, a mobilidade e que, ainda hoje, sofrem de stress pós-traumático duma guerra do Ultramar que, abruptamente, deixou portugueses às mãos de maus seres humanos".
Recordando que nesse dia de 1974 "não foi a revolução perfeita, como nada é, mas foi necessária e preponderante", uma "revolução sem mortes, sem tiros, com cravos", lembrou contudo os nomes dos mortos na tomada do edifício da PIDE. Por isso, "não foi uma revolução sem mortes, que o digam as famílias dos supracitados que não deveriam ser, tão levianamente esquecidos".
Por fim, sobre a actualidade, disse que esta é a sua "primeira intervenção nesta Legislatura, a terceira no espaço de 18 meses", recordando os meses de instabilidade e onde não se cansou de pedir "retirem a moção de censura". Nada. "Conclusão, à excepção do JPP a quem parabenizamos pelo resultado, só o destinatário principal da moção saiu beneficiado com a aprovação da dita moção de censura, num verdadeiro 'feitiço virado contra o feiticeiro' ou 'tiro pela culatra' o PS, visado na dita moção, saiu gravemente penalizado, o autor da moção também e perdemos a representação parlamentar do PAN, cujos gatos, linces e wokismos pontilhavam este parlamento de atualidade boa ou má", atirou.
Reconhecendo que "o CDS também perdeu um deputado, certamente se aperceberam que referi que apenas o JPP e o PSD saíram beneficiados do resultado da irresponsabilidade". E atirou: "Mas, a verdade é que somos o cêntimo que falha para chegar ao milhão e esse cêntimo dá-nos maior força para continuar a pugnar pela estabilidade, pela responsabilidade e pelo bem-estar dos madeirenses na difícil, mas possível ventura de demonstrar que uma coligação não é uma fusão, que o CDS faz falta e como dizia uma publicidade por aí, 'já cá andamos há muito tempo e vamos continuar a andar'."
E terminou, reforçando "que este seja um 25 de Abril feliz para todos. À estabilidade. À Madeira e aos seus cinquenta anos desde o fim da denominação de ilhas adjacentes. Ah, já agora, o CDS não é uma ilha adjacente do PSD, é uma Região Autónoma e assim vai continuar", concluiu.