Um lançador de mísseis Javelin está à venda numa das zonas turísticas de Kiev. Foi usado na frente sul e agora é apenas um objeto de coleção. A arma tornou-se num símbolo da luta dos ucranianos e foi vendida, inicialmente, ainda em 2018, por Donald Trump, o mesmo homem que agora promete acabar a guerra.
"Claro que ele não vai trazer a paz, como diz, porque não é possível prometer-se uma coisa que não se pode entregar. Isso não depende apenas dele, mas de muitos fatores", diz Alla, engenheira civil, de Mykolaiv.
“Esta guerra apenas pode ser resolvida através da diplomacia. Isso é a minha opinião, eu que sou de uma zona fronteiriça. Porque isto pode prolongar-se para sempre”, considera Mykhaylo, refugiado de Chernihiv.
Entre a esperança e o receio
"Tenho muita esperança que ele (Trump) traga paz. Ele prometeu-nos 24 horas, não foi? Tenho esperança que ele consiga negociar alguma coisa", espera Anastasya, habitante de Kiev.
“Penso que paz à Ucrânia vai ser trazida pelas nossas Forças Armadas. Apenas nós próprios conseguiremos ultrapassar esta confusão que caiu sobre nós”, afirma Tetyana, educadora de infância, também da capital ucraniana.
Os ucranianos acreditam nas próprias forças, mas sabem que precisam dos Estados Unidos para continuarem a fazer frente à Federação Russa. Com Joe Biden, Washington tornou-se no maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia.
Há muita vontade que a guerra acabe, que os soldados regressem a casa, que comece a reconstrução e que as ruas voltem a encher-se de turistas.
Donald Trump é uma figura que traz, ao mesmo tempo, esperança e receio aos ucranianos que continuam sem saber aquilo que os espera nos próximos tempos.