Esta é uma das recomendações do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE, na sigla em inglês) da OMS que saiu da reunião semestral sobre as estratégias de vacinação para prevenir doenças infecciosas, que decorreu na última semana.
"O SAGE recomendou que todos os países devem introduzir a imunização passiva para prevenir o VSR nas crianças", que pode passar pela vacinação das grávidas ou pela administração de um anticorpo monoclonal em recém-nascidos, adiantou a responsável do SAGE em conferência de imprensa.
Segundo Hanna Nohynek, os estudos de eficácia já realizados demonstram a segurança da vacinação materna e a recomendação dos peritos teve em conta os riscos e os benefícios desta imunização de mulheres grávidas.
Para os países que decidirem adotar a vacinação materna, o SAGE recomenda uma dose única da vacina a administrar no terceiro trimestre de gravidez, entre as 24 e as 36 semanas de gestação, que demonstrou ser eficaz na prevenção de doenças graves associadas ao VSR nos recém-nascidos.
De acordo com a OMS, a infeção por VSR causa uma carga substancial de infeções graves do trato respiratório inferior, estimando que perto de 97% da mortalidade relacionada ocorra em países de baixo e médio rendimento, com mais de 100 mil óbitos anuais em crianças com menos de cinco anos.
O facto de haver apenas um anticorpo monoclonal no mercado faz com que tenha uma "acessibilidade limitada e com um custo elevado", alertou Hanna Nohynek, ao salientar que a introdução de mais fármacos do género vai permitir aumentar a equidade a nível global.
Em Portugal, o início da imunização gratuita de crianças contra o VSR, que estava inicialmente prevista para hoje, foi adiado para 15 de outubro devido a razões logísticas relacionadas com a disponibilidade e entrega das doses, adiantou a Direção-Geral da Saúde (DGS) na última semana.
Anunciada pelo Ministério da Saúde em 12 de agosto, esta campanha prevê a proteção de 62 mil crianças contra a infeção pelo VSR e estará disponível em maternidades dos setores público, privado e social para as crianças nascidas entre 01 de outubro de 2024 e 31 de março de 2025.
Será também disponibilizada nas instituições do Serviço Nacional de Saúde para as crianças nascidas entre 01 de agosto de 2024 e 30 de setembro de 2024, assim como para crianças com fatores de risco definidos.
Com um investimento estimado de 13,6 milhões de euros, a introdução da imunização contra a infeção pelo VSR acontece sob proposta da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A OMS considerou hoje que o anticorpo monoclonal de ação prolongada, quando administrado a recém-nascidos pouco antes ou durante a época do VSR, demonstrou ser "altamente eficaz na prevenção de doenças respiratórias inferiores associadas ao VSR nos primeiros seis meses de vida".
Em 2022, a Agência Europeia do Medicamento autorizou a utilização de um anticorpo monoclonal de ação longa (nirsevimab) para a prevenção da doença das vias aéreas inferiores causada por este vírus em recém-nascidos e lactentes, durante a sua primeira época de VSR.
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