Este alerta emitido pelo OCHA, em comunicado, refere-se aos cidadãos dos estados de Borno, Adamawa e Yobe, mas a entidade indicou também que cerca de 7,8 milhões de pessoas desta nação precisam de ajuda humanitária.

Assim, foi hoje lançado, na capital, Abuja, o Plano de Resposta às Necessidades Humanitárias da Nigéria para 2025, com a presença do coordenador humanitário da ONU na Nigéria, Mohamed Malick Fall, do ministro dos Assuntos Humanitários e da Redução da Pobreza, Nentawe Goshwe Yilwatda, entre outros altos funcionários.

Segundo Fall, estas necessidades são "impulsionadas por conflitos, choques climáticos e instabilidade económica", com as "inundações, surtos de doenças, insegurança alimentar e subnutrição a agravarem as vulnerabilidades" já existentes.

O ministro apelou à conjugação de esforços humanitários, de desenvolvimento e de construção da paz, nomeadamente na região nordeste.

"Isso permitir-nos-á traduzir os esforços humanitários em soluções duradouras que possam tirar as pessoas da pobreza e proporcionar-lhes meios de subsistência para alcançar um desenvolvimento sustentável", afirmou.

De acordo com o OCHA, dado o declínio do financiamento global para os esforços humanitários, o plano de apoio deste ano à Nigéria "tem por objetivo reforçar a eficiência na prestação da ajuda".

"Isto inclui atuar antes da ocorrência de catástrofes, através de ações de antecipação a acontecimentos como inundações e surtos de doenças, a fim de atenuar o seu impacto. [O plano] pretende igualmente aumentar o financiamento direto dos parceiros locais na linha da frente da resposta, bem como reduzir os custos de transação", salientou.

Em 2025, 33 milhões de pessoas na Nigéria enfrentarão uma insegurança alimentar aguda durante o período que antecede o das colheitas, com níveis alarmantes de subnutrição que ameaçam milhões de crianças, segundo as previsões apresentadas.

"São necessários financiamentos e recursos urgentes dos doadores e do Governo para garantir que a assistência alimentar e nutricional e outros apoios urgentes sejam fornecidos às pessoas em situação de necessidade crítica", aconselhou.

O custo de vida na Nigéria tem aumentado desde que Bola Tinubu chegou ao poder, em maio de 2023, com a inflação a atingir um máximo histórico de 33,95% em junho de 2024, fazendo subir o custo de produtos básicos como o arroz, o milho e o inhame, tornando-os incomportáveis para muitos nigerianos.

A Nigéria, um país dividido entre o sul predominantemente cristão e o norte predominantemente muçulmano, é o mais populoso de África, com mais de 213 milhões de habitantes, e um grande produtor de petróleo, bem como uma das maiores economias do continente.

No entanto, quatro em cada dez nigerianos vivem abaixo do limiar de pobreza, de acordo com o Banco Mundial.

 

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