Está resolvido o problema da falta de sala para o julgamento da Operação Marquês. José Sócrates e os restantes 21 arguidos vão ser julgados no Campus de Justiça e, ao que a SIC apurou, provavelmente na maior das salas do edifício B.

Trata-se do mesmo espaço onde o ex-primeiro-ministro foi despronunciado pela maioria dos crimes, pelo juiz Ivo Rosa em 2021.

Faz, também, parte do complexo de edifícios inaugurado a 22 de julho de 2009 por José Sócrates, quando era primeiro-ministro.

A decisão de realizar o julgamento no Campus de Justiça põe fim ao debate público sobre a eventual falta de salas e a hipotética necessidade de levar o processo para o Tribunal de Monsanto, tendo em conta o número de arguidos, respetivos advogados, assistentes e jornalistas.

A Ministra da Justiça já tinha garantido que não seria pela falta de salas que o julgamento teria atrasos.

"Existem salas disponíveis e adequadas para a realização do julgamento e não será certamente por falta de obras, se for caso disso."

Juíza manda preparar julgamento com urgência

A juíza Susana Seca, que irá presidir ao coletivo, deu ordem aos funcionários judiciais da sua secção para prepararem com urgência as condições para se iniciar o julgamento. A decisão vem num despacho de dia 9 de janeiro, a que a SIC teve acesso.

"Antes de mais, diligencie a secção, com urgência, no sentido da preparação e organização dos autos nas condições físicas adequadas com vista à respetiva consulta e conferência, à preparação do julgamento e demais tramitação."

No seguimento desse despacho, a escrivã da secção onde irá decorrer o julgamento enviou um oficio à secretária de justiça do tribunal a solicitar as "condições físicas adequadas". A escrivã informou que, em conjunto com a juíza, tinham verificado que o único espaço disponível para o pretendido seria o 1.º piso do Tribunal Central Criminal de Lisboa, o edifício A do Campus da Justiça.

Para isso, são sugeridas várias adaptações, nomeadamente a ocupação do espaço onde atualmente funciona uma biblioteca e três ou quatro gabinetes, de forma a acomodar as 199 caixas com volumes e documentos do processo e um local onde possa ser feita a consulta dos autos. Avisa, também, que vão precisar de mais armários e prateleiras para acondicionar toda a prova.