Depois de no dia anterior ter testemunhado que Pinto Moreira lhe pediu 50 mil euros para acelerar o licenciamento de projetos imobiliários, esta manhã o empresário Francisco Pessegueiro revelou que o ex-autarca de Espinho, eleito pelo PSD, também exerceu influência junto da Autoridade Nacional de Proteção Civil e da Agência Portuguesa do Ambiente para desbloquear processos.
No caso do projeto Sky Bay, Pessegueiro diz que estava com dificuldades em reunir-se com a APA e que Pinto Moreira fez contactos no sentido de ser agendada uma reunião.
Sobre o socialista Miguel Reis, autarca de Espinho entre outubro de 2021 e janeiro de 2023, Pessegueiro admitiu aos juízes que há uma situação em que não lhe entregou dinheiro, mas que falará sobre isso mais à frente neste julgamento.
À chegada ao tribunal, Miguel Reis insistiu que o empresário é inconsistente nos depoimentos e que não recebeu qualquer suborno.
“Nunca fiz pedido absolutamente nenhum a nenhum empreiteiro, estou de consciência tranquila. (...) A seu tempo isto será esclarecido”, disse.
No arranque desta segunda audiência Pinto Moreira entrou em silêncio, mas tal como Miguel Reis, disse que falará ao tribunal quando for oportuno.
Na quinta-feira rejeitou ter feito qualquer pedido a Francisco Pessegueiro ou ter recebido qualquer montante para agilizar licenciamentos em Espinho.
O processo tem 13 arguidos, incluindo cinco empresas. A próxima sessão está agendada para 27 de setembro.