Até à data, a UE impôs 15 pacotes de sanções contra a Rússia, na sequência da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e contra a órbita política e empresarial do Kremlin, no âmbito de um regime de punições que é renovado de seis em seis meses e que expira no final deste mês.
Hoje, Viktor Orbán subiu o tom, apelando aos efeitos colaterais e pressionando a Ucrânia a aceitar um acordo que permita que o gás russo continue a fluir para a Europa através do território ucraniano.
Numa entrevista radiofónica, cujos extratos foram divulgados pelo próprio Governo, Orbán garantiu que as consequências económicas são "desproporcionadas", mas, apesar disso, o primeiro-ministro húngaro prevê que o país tenha pela frente "um ano fantástico".
Orbán, que já condicionou até ao último minuto a aprovação de anteriores pacotes de castigos, aproveitou esta questão para se distanciar de Bruxelas, tal como fez com outros temas como a imigração, onde se comprometeu com um controlo "rigoroso".
Neste sentido, considerou que as políticas que o seu governo defende há anos são as que estão agora a avançar noutros países e recordou o caso dos Estados Unidos após o regresso à Casa Branca do seu aliado Donald Trump.
A Hungria "já não está isolada", acrescentou, mas faz parte de "uma maioria conservadora mais alargada".
Dentro desta onda, Orbán sublinhou a coincidência com Trump com a doutrina de que "só há dois géneros, o homem e a mulher", ao mesmo tempo que defende outros conceitos sociais conservadores como o casamento entre pessoas de sexos diferentes.
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